Jair Bolsonaro: candidato cogitou um astronauta e até um príncipe como vices em sua chapa (Adriano Machado/Reuters)
EXAME Hoje
Publicado em 30 de julho de 2018 às 05h54.
Última atualização em 30 de julho de 2018 às 17h00.
A campanha de Jair Bolsonaro, líder nas pesquisas nos cenários sem Lula, entra no momento de definições a partir desta segunda-feira. Ainda sem vice após duas negativas, o candidato do PSL à Presidência da República deve se reunir, em São Paulo, com a advogada Janaina Paschoal para saber se ela aceita ou não o posto. Preocupada em como seria para sua família se mudar para Brasília, Paschoal mostrou-se reticente em assumir o cargo, o que levou o PSL a considerar um astronauta e até um príncipe para a vaga.
Depois do encontro com Janaína, Bolsonaro será o último presidenciável a ser sabatinado pelo programa de debates “Roda Viva”, da TV Cultura. Participarão da bancada Sérgio Dávila, editor-executivo do jornal Folha de S.Paulo; Thaís Oyama, redatora-chefe da revista Veja; Maria Cristina Fernandes, colunista do Valor Econômico; Leonencio Nossa, repórter especial do jornal O Estado de S. Paulo; e Bernardo Mello Franco, colunista do jornal O Globo.
A aparição na TV pouco antes do início da campanha eleitoral é importante para o deputado, cujo partido, o minúsculo PSL, deve ficar com menos de dez segundos do horário eleitoral na televisão, que começará no dia 31 de agosto.
Além de permitir que Bolsonaro atinja um público menos ligado nas redes sociais, o programa tem potencial de gerar ainda mais interesse por ele na própria internet —o deputado é o presidenciável com maior número de seguidores nas redes (7,97 milhões somando Facebook, Twitter e Instagram).
Segundo reportagem da revista piauí, o “Roda Viva” foi o responsável pelos maiores picos de interesse na internet em relação aos candidatos desde o início do ano. Foi o caso de Manuela D’Ávila, pré-candidata do PCdoB, que, depois de ser entrevistada, ficou em segundo lugar no ranking de políticos com maior taxa de engajamento no Facebook, de acordo com medição do Atlas Político —atrás, justamente, de Bolsonaro.
O desafio é segurar a boca, já que declarações polêmicas do deputado podem gerar um impacto negativo e desagradar o eleitorado não convertido. Ou mesmo render processos, considerando que Bolsonaro já foi acusado de racismo pela Procuradoria-Geral da República por declarações sobre quilombolas, mulheres e LGBTs. Bolsonaro precisará de palanques de agora até outubro. Hoje é uma oportunidade única.
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