Bolsonaro disse que declaração foi porque futuro ministro "não tem a vivência política" (Sérgio Moraes/Reuters)
Reuters
Publicado em 7 de novembro de 2018 às 13h53.
Última atualização em 7 de novembro de 2018 às 13h57.
O presidente eleito Jair Bolsonaro rejeitou nesta quarta-feira declaração de seu indicado para o ministério da Economia, Paulo Guedes, que cobrou uma "prensa" sobre parlamentares para aprovar a reforma da Previdência, e disse que os deputados serão convencidos a votar a matéria devido à relevância do tema para o país.
"A palavra não é prensa, é convencimento", disse Bolsonaro a jornalistas após se encontrar com o comandante da Aeronáutica como parte de uma agenda de visitas a autoridades em sua primeira viagem a Brasília após a eleição.
"Não tem prensa, ninguém vai ser movido, ainda mais aqui em Brasília, o parlamentar tem completa independência. Ele (Guedes) usou, no meu entender, bem intencionado a palavra prensa... alguns podem querer de forma equivocada levar para outro lado, ninguém vai pressionar o parlamentar, nós vamos é convencê-los", acrescentou.
Na véspera, quando se encontrou com o atual ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, para tratar sobre a Previdência, Guedes defendeu uma "prensa neles" ao fazer um apelo ao Congresso pela aprovação ainda este ano da reforma da Previdência, que já se encontra em tramitação no Congresso.
Segundo Bolsonaro, o futuro ministro fez a declaração polêmica porque "não tem a vivência política".
O presidente eleito disse que terá uma reunião na quinta-feira pela manhã em Brasília com parlamentares e outras autoridades envolvidas nas discussões da reforma da Previdência. Segundo ele, só será possível avançar na agenda econômica se a reforma for aprovada.
Bolsonaro reiterou que vai lutar pela aprovação do texto que for possível, mesmo que não seja aquele considerado ideal por sua equipe econômica.
"O que vale não é o que eu quero, é o que pode passar pela Câmara e pelo Senado. Vão ser colocados na mesa os projetos, que vão ser esses projetos nenhum será emenda constitucional, e vamos decidir o que pode ser aprovado, e ninguém mais do que o parlamentar para ter esse sentimento, mas não podemos esquecer que tem metade de Câmara que não foi reeleita... É o que nós temos pela frente, é com essa massa crítica que nós vamos trabalhar", afirmou.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)