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Bolsonaro promete abrir arquivos do BNDES e da Petrobras se eleito

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e a Petrobras já foram alvos de investigações da PF contra a corrupção, em especial da Lava Jato

Jair Bolsonaro: "Acho difícil corromper um general. Não é incorruptível, mas é muito mais difícil do que esses últimos ministros que passaram aí" (Adriano Machado)

Jair Bolsonaro: "Acho difícil corromper um general. Não é incorruptível, mas é muito mais difícil do que esses últimos ministros que passaram aí" (Adriano Machado)

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Reuters

Publicado em 6 de agosto de 2018 às 16h04.

Última atualização em 31 de outubro de 2018 às 12h01.

Rio de Janeiro - O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, afirmou nesta segunda-feira que pretende abrir os arquivos da Petrobras e do BNDES se for eleito, e declarou que a escolha do general Hamilton Mourão como seu vice o diferencia de adversários que escolherem mulheres para compor a chapa exclusivamente de olho em votos na eleição de outubro.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Petrobras, cujas sedes no Rio de Janeiro ficam na mesma avenida, já foram alvos de investigações da Polícia Federal contra a corrupção, em especial da operação Lava Jato.

Ao falar sobre a política de financiamento do BNDES durante palestra para empresários na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o candidato lembrou uma suspeita em torno de um empréstimo do banco à JBS que foi alvo de investigação da PF.

Bolsonaro disse que se fala muito no Brasil sobre a necessidade da abertura dos arquivos da ditadura militar, mas que outros arquivos, como o do BNDES, também deveriam se tornar mais transparentes. Mais tarde, em entrevista a repórteres, o candidato foi instigado a falar também sobre a Petrobras, e avançou na questão.

"Boa ideia. Tem da Petrobras também, e então vamos abrir os arquivos da Petrobras também. Nós temos que ser transparentes e não deixar essas empresas estatais serem feudos de partidos políticos", disse o candidato, que contou com a presença do economista Paulo Guedes, seu principal assessor econômico, na plateia.

Bolsonaro também levantou suspeitas sobre a política de preços de combustíveis da Petrobras. As altas sucessivas dos preços neste ano dentro da política de paridade motivaram uma greve de mais de 10 dias de caminhoneiros que paralisou o país. Para encerrar o movimento, o governo negociou uma série de medidas com a categoria, entre elas o congelamento no preço do diesel.

"Não sei se os números que eu tenho são verdadeiros, mas o preço do óleo diesel nas refinarias sai a 90 centavos e a Petrobras ganha 150 por cento em cima disso", afirmou. "Se for verdade, não pode em um monopólio estatal botar o preço que bem entender. Aí complica", acrescentou.

Em seu discurso, que foi seguido de uma sessão de perguntas e respostas com empresários presentes ao evento, Bolsonaro justificou a escolha do general da reserva Hamilton Mourão como vice em sua chapa presidencial.

A escolha foi anunciada durante o fim de semana após uma série de especulações de nomes como o senador Magno Malta (PR-ES), o general Augusto Heleno e a advogada Janaína Paschoal, além do príncipe Luiz Phillippe de Orleans e Bragança e o astronauta Marcos Pontes.

Bolsonaro afirmou que, diferentemente de seus adversários, a escolha do vice não foi feita com base no potencial de votos que poderia render. Segundo o candidato do PSL, a escolha levou em conta a competência e a futura governabilidade.

"Tem partido e candidato que escolhe vice com fins eleitoreiros, tem que ser de tal gênero, raça ou região. Eu quero é governabilidade", disse. "Tenho que ter um vice que trabalhe comigo e que não seja uma peça decorativa... o general é paraquedista igual a mim".

Ao ser questionado sobre o risco que poderia representar para ele uma chapa formada por dois militares da reserva, Bolsonaro declarou que seu eventual futuro governo terá vários militares ocupando ministérios "para que não haja dúvida" sobre a linha que quer adotar.

O candidato do PSL afirmou que os militares são menos corruptíveis que os civis. "Acho difícil corromper um general. Não é incorruptível, mas é muito mais difícil do que esses últimos ministros que passaram aí. O que o povo quer é que o governo funcione. Não importa se vai ser militar, homem, gay", afirmou.

Bolsonaro chegou a "nomear" o seu vice na chapa presidencial para o Ministério da Casa Civil de seu eventual governo, mas logo em seguida disse que o cargo ficará nas mãos de um deputado "com toda certeza".

(Edição de Pedro Fonseca)

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