Bolsonaro: Em novembro, o Ministério Público Federal (MPF) passou a acompanhar o inquérito da PF sobre o caso (Andre Borges/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 27 de fevereiro de 2024 às 06h46.
Última atualização em 27 de fevereiro de 2024 às 08h50.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é esperado nesta terça-feira, 27, às 14h30, na Superintendência da Polícia Federal (PF) em São Paulo, para depor sobre uma suposta “importunação intencional” a uma baleia jubarte em uma visita à São Sebastião, no litoral paulista, em junho do ano passado. Na ocasião, o ex-mandatário teria se aproximado do animal enquanto pilotava um jetsky. O advogado e assessor de Bolsonaro Fabio Wajngarten, presente ao passeio, também deve ser ouvido pelos investigadores nesta tarde.
Em novembro, o Ministério Público Federal (MPF) passou a acompanhar o inquérito da PF sobre o caso. De acordo com a procuradora Marília Soares Ferreira Iftim, vídeos e fotos publicados em redes sociais mostraram o momento em que uma moto náutica, de motor ligado, chegou a 15 metros da baleia que estava na superfície. A suspeita dos investigadores é a de que o ex-presidente estava pilotando o veículo.
"Considerando que as imagens foram feitas a partir de outra embarcação e é possível identificar que há uma única pessoa na moto náutica, que está pilotando e gravando um vídeo no celular ao mesmo tempo. Atribui-se a identidade desta pessoa, supostamente, ao ex-presidente Jair Messias Bolsonaro", disse a procuradora, afirmando que ainda há necessidade de melhor elucidação dos fatos.
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No mesmo mês, Bolsonaro chegou a ironizar a decisão do MPF de acompanhar o inquérito e aproveitou a situação para fazer um comentário gordofóbico contra o então ministro da Justiça, Flávio Dino.
— Todo dia tem uma maldade em cima de mim, a de ontem foi que estou perseguindo baleias. A única baleia que não gosta de mim na Esplanada é aquela que está no ministério, é aquela que diz que eu queria dar golpe, mas some com vídeos — disse Bolsonaro em evento do PL Mulher.
O depoimento do ex-presidente neste inquérito foi adiado uma vez pela Polícia Federal no início deste mês. Ele estava inicialmente marcado para o dia 7 de fevereiro.
De acordo com a legislação brasileira, "molestar de forma intencional qualquer espécie de cetáceo" é uma infração administrativa contra o meio ambiente. "É vedado a embarcações aproximar-se de qualquer espécie de baleia com motor ligado a menos de 100 metros de distância do animal", frisa uma portaria do Ibama.