Brasil

Bolsonaro: população não deve usar elevador para combater falta de energia

Bolsonaro voltou a pedir que as pessoas apaguem "uma luz em casa", além de sugerir banho frio: "Tomar banho é bom, mas se puder tomar banho frio, é muito mais saudável"

Jair Bolsonaro. (Marcos Corrêa /PR/Flickr)

Jair Bolsonaro. (Marcos Corrêa /PR/Flickr)

AO

Agência O Globo

Publicado em 24 de setembro de 2021 às 08h05.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a pedir à população, durante sua live semanal, nesta quinta-feira, que tome atitudes para combater o risco da falta de energia devido à atual crise hídrica. Ele enfatizou que se não chover o país poderá ter "problemas" no futuro. Desta vez, além de pedir que "apague uma luz em casa", o líder do Executivo nacional sugeriu que as pessoas deixem de usar o elevador.

  • Esteja sempre informado sobre as notícias que movem o mercado. Assine a EXAME.

"Aqui (no Palácio da Alvorada) são três andares. Quando tem que descer, mesmo que o elevador esteja aberto na minha frente, eu desço pela escada. Se puder fazer a mesma coisa no seu prédio... Ajude a gente. Quanto menos mexer no elevador, mais economia de energia nós temos", disse Bolsonaro durante a live. No final de agosto, o presidente já havia feito apelo semelhante durante outra apresentação ao vivo nas redes sociais.

Bolsonaro ainda pediu para que se façam outros sacrifícios no dia a dia em casa, como tomar banho frio.

"Tomar banho é bom, mas se puder tomar banho frio, é muito mais saudável. Ajude o Brasil", acrescentou. "Até faço um pedido para você agora: tem uma luz acesa a mais na sua casa? Por favor, apague. Nós estamos vivendo a maior crise hidrológica dos últimos 90 anos. Se você puder apagar uma luz na sua casa, apague. Se puder desligar seu ar-condicionado, se não puder... Está com 20ºC, passa para 24ºC, gasta menos energia".

Enquanto cientistas alertam que questões como desmatamento para utilização de terras pela agropecuária e incêndios florestais estão associados diretamente ao aumento da crise hídrica, pouco ou nada tem sido feito pelo governo para combater esses problemas. Ao contrário, o desmonte da estrutura de fiscalização tem permitido que essa situação se amplie consideravelmente.

Ainda durante a gestão do então ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, o que se viu foi a dilapidação do orçamento federal. O corte da verba total da pasta chegou a 35,4%, atingindo em cheio, sobretudo, a manutenção de estruturas de fiscalização, que necessitariam de um mínimo de R$ 110 milhões, mas acabaram tendo que se equilibrar com insuficientes R$ 83 milhões para combater desmatamento ilegal, inspecionar níveis de poluição, uso de agrotóxicos, mineração ilegal, tráfico de animais silvestres e madeira etc.

Aumento de tarifa

Uma das únicas ações, até agora, tomadas na esfera federal veio através da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que anunciou, no fim de agosto, a criação de uma nova bandeira tarifária, que taxou o consumidor no valor de R$ 14,20 por 100kW/h, desde 1º de setembro. O novo valor representa um aumento de 49,6% (ou R$ 4,71) em relação à atual bandeira vermelha de patamar 2.

Acompanhe tudo sobre:Crise da ÁguaEnergia elétricaJair Bolsonaro

Mais de Brasil

Governo Lula se preocupa com o tom usado por Trump, mas adota cautela e aguarda ações práticas

Lula mantém Nísia na Saúde, mas cobra marca própria no ministério

Justiça nega pedido da prefeitura de SP para multar 99 no caso de mototáxi

Carta aberta de servidores do IBGE acusa gestão Pochmann de viés autoritário, político e midiático