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Bolsonaro pode ser preso se virar réu? O que acontece com o ex-presidente após julgamento do STF

Os ministros começaram nesta terça-feira, 25, a analisar se a denúncia da PGR sobre tentativa de golpe de Estado

 (Gustavo Moreno/STF/Flickr)

(Gustavo Moreno/STF/Flickr)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 25 de março de 2025 às 16h39.

O dia seguinte do julgamento da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que vai definir se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete acusados vão se tornar réus, iniciará uma nova fase do processo, que, por fim, poderá levar os acusados a uma condenação.

Ao tornar Bolsonaro e os aliados réus por tentativa de golpe de Estado, em suma, o Supremo Tribunal concorda com a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da União e dá início ao processo criminal, segundo definição do mestre em Direito Penal Econômico pela FGV, Enzo Fachini.

"O ato de recebimento da denúncia é apenas uma primeira análise para checar se a hipótese acusatória preenche os requisitos mínimos", afirma.

Os ministros começaram nesta terça-feira, 25, a analisar se a denúncia atende aos requisitos legais, com a demonstração de fatos enquadrados como crimes e se há indícios de que os denunciados foram os autores desses delitos.

Em fevereiro, a PGR denunciou os acusados pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, envolvimento em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Fachini explica que a partir da aceitação da denúncia, começa a instrução processual; ou seja, serão colhidas provas, depoimentos, dados e interrogatórios. As defesas terão espaço para apresentar suas testemunhas.

"Com o recebimento da denúncia que serão produzidas as provas, colhidos os depoimentos, os réus serão interrogados, e após tanto o Procurador Geral quanto a defesa dos acusados apresentarão suas alegações finais, e só após o caso estará maduro para que uma sentença seja proferida", diz.

Nesta futura fase, os ministros decidirão se os envolvidos devem ser condenados ou absolvidos, além de determinar as penas cabíveis para os condenados. Ainda assim, as defesas poderão recorrer.

Rafael Paiva, mestre em direito e professor de Direito Penal na Universidade do Extremo Sul Catarinense, explica ainda que se tornar réu não faz com que uma pessoa seja imediatamente alvo de uma prisão preventiva, por exemplo.

"Virar réu em um processo não tem necessariamente nenhuma consequência mais grave que não pudesse ter sido aplicada na fase de investigação, como uma prisão preventiva", diz.

Uma prisão preventiva somente poderá acontecer caso algum fato novo seja verificado, como uma suposta obstrução a Justiça para atrapalhar a investigação.

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