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Eduardo Bolsonaro pode ser indicado a embaixador do Brasil nos EUA

O presidente disse que o deputado federal "daria conta do recado" pois fala inglês com fluência e tem uma relação boa com a família de Trump

O deputado federal Eduardo Bolsonaro com boné Trump 2020 (Paola de Orte/Agência Brasil)

O deputado federal Eduardo Bolsonaro com boné Trump 2020 (Paola de Orte/Agência Brasil)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 11 de julho de 2019 às 18h08.

Última atualização em 12 de julho de 2019 às 14h37.

São Paulo - O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (11) que pode indicar o seu filho e deputado federal Eduardo Bolsonaro como embaixador do Brasil nos Estados Unidos, o posto mais importante da diplomacia brasileira.

Em entrevista coletiva após a posse do novo diretor da Abin, o presidente disse que Eduardo "daria conta do recado" pois fala inglês e espanhol com fluência e tem uma relação boa com a família do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

"Imagina o filho do Macri [Maurício Macri, presidente da Argentina] aqui como embaixador da Argentina. Teria tratamento diferenciado. Está no meu radar, sim, e, no meu entender, poderia ser uma pessoa adequada", completou, segundo relatos da imprensa.

Ele assinalou que a decisão estava agora com o filho, que precisaria renunciar ao mandato e casou há poucas semanas.

Eduardo deu uma coletiva de imprensa pouco depois em que disse que aceitaria o posto, mas que ainda não havia sido convidado oficialmente e que ainda precisaria falar com o chanceler Ernesto Araújo.

Uma eventual nomeação também precisaria ser aprovada pelo Senado com voto secreto e pode ser questionada judicialmente por se enquadrar como nepotismo.

Não há uma lei específica sobre o assunto e uma súmula no Supremo Tribunal Federal (STF) não deixa claro se a vedação se aplicaria para indicações políticas como ministérios e embaixadas.

Timing

O site Brazil Journal havia reportado mais cedo que a nomeação aconteceria nas próximas horas, de acordo com uma fonte com acesso direto ao Planalto.

O timing teria a ver com o fato de que Eduardo completou ontem 35 anos, a idade mínima para ocupar o cargo de embaixador.

A vaga de embaixador nos EUA está aberta desde abril, quando Sergio Amaral, que está no Itamaraty desde 1971, foi transferido de volta para Brasília.

A hipótese da nomeação de Eduardo já era discutida na embaixada em Washington, segundo uma fonte do Itamaraty, mas a principal aposta era que o escolhido seria Nestor Forster.

Ligado a Olavo de Carvalho, considerado guru do bolsonarismo, o embaixador Foster foi promovido recentemente e já está em Washington.

Uma hipótese é que o nome de Eduardo tenha sido colocado na imprensa para testar a reação e que mesmo que ele seja nomeado, Nestor permaneça como uma espécie de "número dois" para orientá-lo.

O fato do posto ter permanecido vago desde abril era visto com estranheza pelo Itamaraty justamente por ser um momento de aproximação entre os dois países.

O presidente Bolsonaro já visitou os EUA duas vezes em pouco mais de seis meses de mandato e o alinhamento com o país é com Trump é uma das marcas de sua política externa.

Na primeira visita, Eduardo participou, ao lado do pai, do encontro com Trump no Salão Oval da Casa Branca.

Ele está em seu segundo mandato como deputado federal, tendo sido o mais votado do país na última eleição, e é presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara.

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