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Bolsonaro no Jornal Nacional: veja os destaques da entrevista

No Jornal Nacional, Bolsonaro falou sobre os ataques às eleições, e garantiu que "vai respeitar" o pleito independentemente de qual resultado tiver

Bolsonaro: presidente falou com os jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos. (G1/ Marcos Serra Lima/Divulgação)

Bolsonaro: presidente falou com os jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos. (G1/ Marcos Serra Lima/Divulgação)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 22 de agosto de 2022 às 21h42.

Última atualização em 23 de agosto de 2022 às 13h51.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu, nesta segunda-feira, 22, uma entrevista ao Jornal Nacional. O candidato à reeleição falou das suas propostas e respondeu a perguntas dos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos. A sabatina faz parte de uma série de entrevistas do principal telejornal da TV Globo com os quatro presidenciáveis mais bem colocados nas pesquisas eleitorais de intenção de voto.

No rol de assuntos abordados com Bolsonaro estavam a pandemia de covid-19, a relação com o Centrão e economia. O candidato à reeleição falou também sobre os ataques às eleições, e garantiu que "vai respeitar" o pleito independentemente de qual resultado tiver.

Veja os principais destaques

Respeito ao resultado da eleição

Bolsonaro garantiu que vai respeitar o resultado das urnas, mesmo que não saia vencedor. "Serão respeitadas as urnas desde que as eleições sejam limpas e transparentes", afirmou. 

Quando questionado por Bonner sobre suas declarações contra o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e as manifestações em que Bolsonaro participa, contrárias ao Supremo Tribunal Federal (STF), o candidato à reeleição disse entender se tratar de liberdade de expressão.

"As manifestações acontecem sem qualquer ruído, sem uma lata de lixo virada na rua, e eu entendo ser dentro da liberdade de expressão. Para mim, isso faz parte da democracia. Não posso eu fechar o Congresso ou o STF. Não existe mais AI-5, e isso não leva a lugar nenhum", disse.

LEIA TAMBÉM: Defesa do legado, religião e ataques ao PT: os três pilares da campanha de Bolsonaro

Pandemia de covid-19

O presidente também foi questionado sobre sua condução da pandemia de covid-19, que inclusive levou a uma série de investigações, com uma Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado. Bolsonaro afirmou que o Brasil teve uma das mais rápidas vacinações do mundo.

"Só não se vacinou quem não quis. Foi bem mais rápido do que outros países. Não poderíamos assinar contrato com a Pfizer porque eles não se responsabilizavam pelos efeitos colaterais", disse. 

Bolsonaro ainda defendeu que médicos possam receitar remédios sem comprovação científica para o tratamento da covid-19. "Em um momento de fraqueza, a imprensa desautorizou os médicos a receitar remédios. O lockdown serviu para atrasar a economia", afirmou.

Economia

Ao ser questionado sobre promessas da campanha de 2018 para área econômica (dólar baixo e queda da inflação) e que não foram cumpridas , Bolsonaro justificou dizendo que o mundo sofreu com a pandemia de covid-19 e a guerra entre Ucrânia e Rússia.

"As promessas foram frustradas pela pandemia, por uma seca que tivemos no ano passado, e também pelo conflito da Ucrânia com a Rússia. Mas tivemos coisas boas, como a lei de liberdade econômica. Tivemos saldo de quase 3 milhões de novos empregos. Isso é sinal de competência da equipe econômica. O auxílio emergencial fez com que os municípios não colapsassem. Fui à Rússia negociar fertilizantes com o presidente Vladimir Putin".

Centrão

Quando perguntado por Bonner se ele não estava descumprindo uma promessa de campanha de não se aliar aos partidos do Centrão, Bolsonaro disse que o jornalista estava estimulando-o a ser um ditador. "São 513 deputados. 300 são de partidos chamados de Centrão. Os partidos de centro fazem parte da base do governo para que a gente possa avançar as reformas", defendeu.

Quem será entrevistado no Jornal Nacional

Além de Bolsonaro, a semana tem entrevista com os presidenciáveis mais bem colocados nas pesquisas.

As entrevistas ocorrem ao longo de toda a semana, na seguinte ordem:

22/8 (segunda-feira): Jair Bolsonaro (PL)
23/8 (terça-feira): Ciro Gomes (PDT)
25/8 (quinta-feira): Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
26/8 (sexta-feira): Simone Tebet (MDB)

A data da entrevista, assim como dos outros candidatos, foi definida por sorteio. Segundo o JN, o sorteio foi feito em 1º de agosto com representantes dos partidos.

LEIA TAMBÉM: 'Precisamos de um presidente que una nosso povo': relembre a entrevista de Bolsonaro ao JN em 2018

Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto

Na pesquisa eleitoral EXAME/IDEIA publicada no dia 21 de julho, o ex-presidente Lula tem 44% das intenções de voto, e o presidente Bolsonaro aparece com 33%. Ciro Gomes tem 8%, e Simone Tebet, 4%. André Janones - que desistiu de concorrer - fez 2%. Os demais nomes testados pontuaram 1% ou ficaram abaixo disso.

Foram ouvidas 1.500 pessoas entre os dias 15 e 20 de julho. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-09608/2022. A EXAME/IDEIA é um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. Veja o relatório completo.

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