Bolsonaro: no mesmo evento, o presidente afirmou que o Brasil tem espaço para todos (Adriano Machado/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 20 de maio de 2019 às 19h03.
Última atualização em 20 de maio de 2019 às 19h03.
Rio de Janeiro — O presidente Jair Bolsonaro ironizou nesta segunda-feira (20) as acusações que envolvem candidaturas laranjas no PSL. Em discurso durante evento na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), ele disse que "até gostaria que fosse dono de um laranjal, já que é um produto bastante rendoso".
Ele fez questão de lembrar que na campanha eleitoral gastou "menos de US$ 1 milhão, e (veio) de doação", apesar do partido dele, o PSL, ter recebido R$ 1,6 bilhão para a campanha.
"Fiz questão de não usar esses recursos, porque de vez em quando nos acusam de usar laranjas. No Rio de Janeiro, as três candidatas a laranja no Rio de Janeiro recebeu (sic) R$ 1,8 mil pra poder pagar o contador, e não coloca a prestação de conta, aí eu sou dono do laranjal no Rio de Janeiro... até gostaria que fosse, a laranja é um produto bastante rendoso", afirmou.
Deputado federal mais votado de Minas Gerais no último pleito, com 230 mil votos, ele é acusado de desviar verbas públicas de campanha para empresas ligadas a seu gabinete na Câmara do Deputados.
O caso foi revelado pelo jornal Folha de S.Paulo, em 4 de fevereiro, e desde então a permanência no cargo de ministro tem sido cada vez mais questionada.
No mesmo evento, o presidente afirmou que o Brasil tem espaço para todos, "tem espaço para árabe, judeu, todas as origens étnicas", e que os empresários reunidos poderiam contar com ele para melhorar a situação do país, citando medidas que já foram tomadas como a chamada Medida Provisória da Liberdade Econômica, que visa facilitar as burocracias das empresas.
"Nós temos como mudar o destino do Brasil, e eu conto com os senhores, vocês podem contar comigo e meus 22 ministros. Não criaremos dificuldade para vender facilidade aos senhores", disse o presidente.
Em seu discurso, Bolsonaro referiu-se ainda à pressão que sofre das corporações, sem citar nomes, que estariam atrapalhando a aprovação das medidas necessárias para colocar o Brasil no rumo certo, como a reforma da Previdência.
"Como não conseguem nos derrubar, por medidas outras, ficam metendo uma cunha entre nós. Mas nós temos agora oportunidade ímpar de mudar o destino do Brasil", finalizou.