Jair Bolsonaro: presidente pode não tentar a reeleição em 2022 (Carolina Antunes/PR/Flickr)
Rodrigo Loureiro
Publicado em 8 de novembro de 2020 às 10h22.
Em uma transmissão ao vivo pelo Facebook, o presidente Jair Bolsonaro falou neste sábado sobre os problemas de energia que ainda afetam o Amapá, eleições municipais e vários outros temas, mas não comentou sobre a anunciada vitória de Joe Biden para a Presidência dos Estados Unidos, conforme projeções divulgadas durante o dia.
Vários líderes mundiais já felicitaram o candidato democrata pela projetada vitória contra o republicano Donald Trump, um governante que tem o apoio do presidente brasileiro. Bolsonaro não mencionou o tema. Trump, contudo, disse que vai recorrer aos tribunais e disse que a eleição nos EUA "está longe" de acabar.
Durante cerca de meia hora na "live", Bolsonaro disse que o Brasil precisa de prefeitos afinados com suas ideias, e indicou que sua atuação política nas eleições municipais "não quer dizer" que ele será candidato à reeleição.
"Não sei se vou ser candidato à reeleição, está muito longe ainda, 22 (2022, ano da eleição). E resolvi não participar ativamente das eleições municipais porque eu tenho o Brasil para administrar, imagina se tivesse de andar pelo Brasil, fazer comício e reuniões, atrapalharia muito o meu trabalho aqui", afirmou.
Contudo, Bolsonaro anunciou que falará todos os dias, às 19h, sobre eleições municipais, em rede social, e reiterou o apoio a candidatos como Marcelo Crivella (Republicanos), no Rio de Janeiro, e Celso Russomano (Republicanos), em São Paulo.
Ele disse ainda que, se houver uma segunda onda da pandemia de Covid-19, os prefeitos "vão ser importantíssimos" para convencer governadores a não realizarem "lockdowns", que segundo o presidente prejudicam a economia e geram desemprego.
Bolsonaro afirmou ainda que após trabalhos para restabelecer a energia no Estado do Norte, 63% da carga do Amapá havia sido restaurada neste sábado, após a população de várias cidades sofrer o efeito de um blecaute iniciado na última terça-feira, com um incêndio em transformador de uma substação.
Ele reiterou informação do Ministério de Minas e Energia, de que o fornecimento de energia só estará normalizado em dez dias no Estado e criticou, sem citar nomes, as empresas responsáveis pela manutenção dos equipamentos.
"Acho que falhou a manutenção...", disse, acrescentando que, emergencialmente, geradores de energia foram instalados em serviços essenciais, como hospitais e delegacias, com a ajuda das Forças Armadas.