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Bolsonaro fará reunião com aliados e deve anunciar saída do PSL

Presidente marcou reunião para esta terça pelo grupo de Whatsapp "Time Bolsonaro", sem informar o assunto; convocados preveem o anúncio da saída do partido

Jair Bolsonaro: presidente deve anunciar saída do PSL após conflitos com o partido  (Alan Santos/PR/Flickr)

Jair Bolsonaro: presidente deve anunciar saída do PSL após conflitos com o partido (Alan Santos/PR/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de novembro de 2019 às 17h24.

Última atualização em 11 de novembro de 2019 às 18h07.

Brasília — A crise interna do PSL pode chegar a um desfecho nesta terça-feira, 12. O presidente Jair Bolsonaro enviou nesta segunda-feira, 11, uma mensagem a parlamentares aliados no grupo de Whatsapp "Time Bolsonaro". Informou apenas horário e local. Às 16h, no Palácio do Planalto. Ele não especificou o assunto, mas deputados convidados para essa reunião preveem um anúncio da saída de Bolsonaro do PSL, depois de uma crise que tomou os holofotes da política nacional no último mês.

"Creio que sim (que Bolsonaro deve deixar o PSL). E eu saio de fato também, em apoio ao Presidente. Breve saio de direito", afirmou o deputado Bibo Nunes (PSL-RS). Bolsonaro poderia levar com ele quase que a metade da bancada do PSL na Câmara, composta por 53 deputados, caso não houvesse entraves jurídicos que podem implicar na perda dos mandatos.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro disse que é provável que o pai anuncie amanhã sua saída do partido. "Não sei se é isso que ele vai fazer amanhã. Eu acho provável? Acho provável. Agora, quem der um furo desse, eu não posso confirmar. O que tudo indica é que sim, mas a gente vai ver. A gente vai bater um papo com a maioria da bancada dos deputados do PSL para ver como vai ficar essa situação", afirmou Eduardo.

"Mas não é uma ditadura não, quem quiser ficar no PSL, à vontade. A gente vai bater um papo amanhã", afirmou. "Se ele for para a lua, eu vou com ele", disse.

Eduardo confirmou a reunião amanhã, às 16h, no Palácio do Planalto junto com a maioria dos deputados do PSL. "Ressalvado meia dúzia ali que tem entrado em conflito frontal com o presidente para decidir essa questão partidária", disse.

"Se vai ser um novo partido ou se vai ser migrar para um já existente ou ainda quais deputados estão dispostos a fazer isso, vamos decidir amanhã nessa reunião. É um momento chave para os deputados que estão no PSL", completou.

Crise no PSL

A disputa interna da legenda veio à tona no dia 8 de outubro. Na porta do Palácio da Alvorada, Bolsonaro fez críticas ao presidente do partido, Luciano Bivar (PE),a um pré-candidato a vereador do Recife. "O cara (Bivar) está queimado para caramba lá. Vai queimar o meu filme também. Esquece esse cara, esquece o partido", prosseguiu. A partir daí, houve uma série de farpas trocadas entre dois grupos que se formaram entre os correligionários.

De um lado, os 'bolsonaristas', aliados a Bolsonaro que articularam para colocar o filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) como líder da bancada na Câmara. Do outro, os 'bivaristas', ligados a Luciano Bivar, que perderam o controle da bancada, com a destituição do deputado Delegado Waldir (PSL-GO), mas ficaram com o controle do partido e abriram processos no Conselho de Ética contra ao menos 19 colegas do grupo oposto.

Nessa cizânia, está em jogo o controle do partido, que se tornou uma superpotência após eleger 52 deputados no ano passado e angariar a maior fatia dos recursos públicos destinados às siglas. Apenas neste ano, o PSL deve receber R$ 110 milhões de fundo partidário.

Para reunião de amanhã, Bolsonaro chegou a convidar alguns bivaristas, mas segundo fontes, deixou de fora Bivar, a ex-líder do Congresso, deputada Joice Hasselman (SP), deputado Julian Lemos (PB), Heitor Freire (CE) e Delegado Waldir (GO). Deputado por São Paulo, Coronel Tadeu também não foi convidado. "Não posso acompanha-lo (na saída do PSL). A legislação não permite. Se for para dar fim a essa confusão, apoio integralmente a decisão do presidente", disse.

Segundo deputados do PSL ouvidos pela reportagem, Bolsonaro deve se manter, por enquanto, independente, até encontrar um novo partido. A intenção é migrar para uma legenda que "não tenha dono", disse um parlamentar.

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