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Bolsonaro espera reabertura rápida após fala da OMS sobre assintomáticos

A Organização Mundial de Saúde informou que pacientes assintomáticos da covid-19 parecem ter risco muito baixo de transmitir a doença

Presidente Jair Bolsonaro 
  (Adriano Machado/Reuters)

Presidente Jair Bolsonaro (Adriano Machado/Reuters)

Isabela Rovaroto

Isabela Rovaroto

Publicado em 9 de junho de 2020 às 09h32.

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira que espera ver o país voltar à normalidade de antes da epidemia de coronavírus depois que a Organização Mundial de Saúde (OMS) informou que pacientes assintomáticos da covid-19 parecem ter risco muito baixo de transmitir a doença.

Segundo o presidente, em sua fala de abertura da reunião do Conselho de Ministros, o “pânico que foi pregado lá atrás pela grande mídia pode agora começar a se dissipar” com as novas informações sobre esse baixo risco de transmissão.

A OMS, na verdade, informou que “parece haver” baixa transmissibilidade de assintomáticos e citou por enquanto apenas um estudo de pequeno porte feito pela China. A chefe do programa de emergências da entidade, Maria van Kerkhove, ressaltou depois, em sua conta no Twitter que há diferenças entre assintomáticos e pré-sintomáticos --pessoas que ainda não têm sintomas, mas vão desenvolvê-los. Essas pessoas transmitem mais intensamente no início da contaminação.

Bolsonaro passou a defender novamente o fim do isolamento social com mais vigor depois dessas informações.

“Quem sabe poderemos voltar à normalidade que tínhamos no começo deste ano”, disse Bolsonaro ao abrir a reunião.

Apesar do estudo citado, a OMS não reviu a necessidade de isolamento social para frear a disseminação do vírus.

Em entrevista, o pesquisador e divulgador científico Atila Iamarino comentou uma declaração dada por uma dirigente da OMS (Organização Mundial da Saúde), nesta segunda-feira (8), quando ela falou que a transmissão de coronavírus por pessoas assintomáticas é rara.

“Essa recomendação foi tirada de contexto”, explicou o pesquisador “A OMS falava sobre o rastreio de contatos de quem foi diagnosticado com o coronavírus, o que o Brasil tem feito muito pouco. Nesse rastreio, para a OMS, o principal caso que precisa ficar em cima são as pessoas sintomáticas. Porque, se você consegue colocar essas pessoas em isolamento, consegue conter a transmissão do vírus.”

“O que é importante lembrar é que tem as pessoas pré-sintomáticas, as que vão ter os sintomas, mas ainda não têm. Essas são as que mais transmitem o vírus. Como você não sabe quem vai desenvolver o sintoma, precisa manter o isolamento social. As que nunca desenvolvem os sintomas, as assintomáticas, a OMS disse que eles transmitem muito pouco”, acrescentou.

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