Presidente Jair Bolsonaro: presidente brasileiro enviou carta ao colega americano, Joe Biden, prometendo queda controlala desmatamento (EVARISTO SA / AFP/AFP)
Fabiane Stefano
Publicado em 19 de abril de 2021 às 06h00.
O presidente Jair Bolsonaro será alvo de pressões de duas áreas distantes ao longo desta semana. No front doméstico, começam os trabalhos da CPI da Pandemia, cuja primeira reunião está agendada para a quinta-feira, dia 22. No mesmo dia, Bolsonaro é um dos 40 líderes globais que se reúnem na Cúpula do Clima, que vai até o dia 23, O evento online foi organizado pelo presidente americanoJoe Biden.
Nessa primeira reunião da comissão parlamentar de inquérito que irá investigar as ações do governo federal na pandemia, serão eleitos o presidente e vice-presidente do colegiado. Um acordo entre os membros da comissão, no entanto, deve confirmar o nome de Omar Aziz (PSD-AM) para a presidência e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) como vice-presidente.
Para o senador Randolfe Rodrigues , autor do requerimento que pediu a instalação da comissão, a relevância vai além, e esta será a CPI mais importante "deste século". O senador foi o convidado do último episódio do podcast EXAME Política, disponível todas as sextas-feiras.
"Nenhuma CPI na história do Congresso Nacional tratou de preservar vidas e apurar responsabilidade por mortes. Esta apurará", disse o senador.
Será a primeira vez que Biden e Bolsonaro ficarão frente a frente, ainda que virtualmente. Até agora, houve apenas troca de cartas. Na mais recente, de Brasília a Washington, Bolsonaro prometeu acabar com o desmatamento ilegal até 2030.
Em resposta, os americanos mandaram um recado: o salto de qualidade na relação bilateral e a manutenção de parcerias, como o apoio à adesão do Brasil como membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), dependem do sucesso das negociações ambientais.
Em carta enviada ao presidente norte-americano, na quarta-feira (14), Bolsonaro se comprometeu, pela primeira vez, em eliminar o desmatamento ilegal no país até 2030, uma meta que o governo brasileiro, tinha, até agora evitado prometer, mas também pede recursos para cumprir os compromissos assumidos.
O texto enviado a Biden é uma tentativa de mostrar o compromisso brasileiro com ações para minorar as mudanças climáticas, um dos temas centrais da agenda de governo do democrata.
Bolsonaro deverá ser um dos líderes mais cobrados que participam da Cúpula do Clima. Em carta ao presidente americano, Joe Biden, 15 senadores do Partido Democrata afirmam que o presidente brasileiro deu "sinal verde" para atividade criminosa na Floresta Amazônica.
No texto, enviado nesta sexta-feira, 16, à Casa Branca, eles pedem que Biden só ofereça assistência ao Brasil na área ambiental se o governo brasileiro mostrar "progresso significativo e sustentado" na redução do desmatamento e fim da impunidade por crimes ambientais.
A carta é assinada por importantes nomes do partido, incluindo os ex-presidenciáveis Bernie Sanders e Elizabeth Warren e o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Bob Menendez.
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