Redação Exame
Publicado em 13 de abril de 2025 às 10h34.
Última atualização em 13 de abril de 2025 às 20h37.
Jair Bolsonaro foi encaminhado ao centro cirúrgico na manhã deste domingo, 13, e está sendo submetido a uma operação para desobstruir parte do intestino, informou a esquipe que trata o ex-presidente no DF Star, em Brasília. O ex-presidente foi levado ao bloco cirúrgico perto das 8h30 e o procedimento conhecido como aparotomia exploradora começou por volta das 10h.
Em atualização no fim da tarde, sua esposa Michelle Bolsonaro postou um storie no Instagram e disse que "a cirurgia continua e o quadro está estável" e que segundo a equipe médica, deve durar mais de 1 a 2 horas -- ou seja, acabar por volta das 20h. No entanto, às 20h18, ela publicou: "ainda não acabou", passando o horário previsto.
Bolsonaro passou mal na sexta-feira no Rio Grande do Norte, após sentir os efeitos da retenção intestinal, e foi transferido no sábado para a capital do Distrito Federal. O problema de saúde é decorrente da facada em 2018, que o levou a outras operações.
"Após reavaliação clínico-cirúrgica, (Bolsonaro) foi submetido a novos exames laboratoriais e de imagem que evidenciaram persistência do quadro de subobstrução intestinal, apesar das medidas iniciais adotadas. As equipes que o assistem optaram de comum acordo pelo tratamento cirúrgico. Ele está sendo submetido neste momento ao procedimento cirúrgico de laparotomia exploradora, para liberação de aderências intestinais e reconstrução da parede abdominal", diz a nota assinada pelo médico Cláudio Birolini, chefe da equipe cirúrgica
A operação começou de manhã e não deve ser concluída antes das 18h00, disse uma fonte da clínica privada de luxo à AFP.
Um pequeno grupo de cerca de uma dúzia de apoiadores de Bolsonaro esperava por notícias em frente à entrada do hospital.
Na noite de sábado, um dos médicos da equipe que acompanha o ex-presidente, Leandro Echenique explicou como seria feita a cirurgia.
"É uma cirurgia aberta, que vai corrigir essa parte da obstrução das alças (intestinais). Vai tirar a tela (implante que reforça a musculatura) que ele tem, recolocar, então vai ser feita (a desobstrução). Então é uma cirurgia bem extensa. Veja bem, é um abdome que já foi muito manipulado, desde 2018, quando ocorreu a facada."
Echenique explicou que, apesar da gravidade do caso, Bolsonaro estava em condições estáveis.
"Houve uma melhora no quadro da dor. Ele está bem confortável", relatou o médico na noite de domingo, que acrescentou: "Mas isso não significa que houve melhora no quadro de obstrução intestinal. Nos demais aspectos, de pressão, cardíaca, está estável. Mas o quadro abdominal está mantido. Não houve melhora."
Ainda na noite de sábado, o senador Rogério Marinho afirmou que Bolsonaro estava bem-humorado após o voo de Natal para Brasília e perguntou sobre o jogo do Palmeiras, que venceu o Corinthias por 2 a 0 pelo Brasileirão.
Na véspera da cirurgia, ele acrescentou que o ex-presidente estava em contato permanente com os filhos e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Ao entrar na unidade de saúde de Brasília, Bolsonaro acenou para alguns apoiadores que rezavam pela sua recuperação.
O ex-presidente participava na sexta-feira de manhã de um ato político no Rio Grande do Norte quando começou a sentir dor na região da barriga. Ele foi atendido às 11h15 num hospital na cidade de Santa Cruz, a 115 quilômetros da capital potiguar, e depois foi transferido para Natal. Segundo o boletim médico anterior, Bolsonaro apresentava um quadro de distensão abdominal.
Ao avaliar a situação de saúde de Bolsonaro, a equipe médica ficou preocupada com indícios de piora no quadro apresentado pelo ex-presidente, que, desde a facada, tem histórico de interrupção do trânsito no intestino que é controlado a partir de medicação.
"Da forma como ele chegou, bastante desidratado, [com] muita dor e distensão abdominal exuberante, dá para dizer com alguma segurança que esse foi o quadro mais exuberante em relação aos quadros anteriores que ele apresentou. Embora eu não tenha acompanhado presencialmente as outras ocasiões", afirmou em coletiva o médico Claudio Birolini, que acompanha o quadro clínico de Bolsonaro.