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Bolsonaro diz ser absurdo fechar igrejas para enfrentar coronavírus

Bolsonaro tem criticado medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas por governos estaduais, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo

Bolsonaro: "eu não quero levar pânico para a população brasileira" (Adriano Machado/Reuters)

Bolsonaro: "eu não quero levar pânico para a população brasileira" (Adriano Machado/Reuters)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 21 de março de 2020 às 17h03.

(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou que considera uma medida absurda fechar igrejas como forma de tentar diminuir a disseminação do coronavírus, e reiterou que uma "histeria" devido à doença atrapalha a economia e pode resultar em mais mortes por dificuldades econômicas do que pelo próprio vírus.

"O que eu vejo no Brasil, não são todos, mas muita gente, para dar uma satisfação para o seu eleitorado, toma providências absurdas... fechando shoppings, tem gente que quer fechar igreja, o último refúgio das pessoas", disse Bolsonaro em entrevista ao Programa do Ratinho, do SBT, exibida na noite de sexta-feira.

"Lógico que o pastor vai saber conduzir o seu culto, ele vai ter consciência, pastor ou padre, se a igreja está muito cheia, falar alguma coisa. Ele vai decidir, até porque a garantia de culto, a proteção ao ambiente de culto, é garantida pela Constituição. Não pode o prefeito e o governador achar que não vai mais ter culto, não vai ter mais missa", acrescentou.

Bolsonaro tem criticado medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas por governos estaduais, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, para tentar conter o avanço no coronavírus. Segundo o presidente, algumas dessas medidas levarão a impactos econômicos piores do que os problemas provocados pelo próprio vírus.

O presidente disse que trabalhadores autônomos que ficarem sem renda não terão como levar comida para suas residências, o que pode provocar problemas graves de saúde e até mortes em números maiores do que as provocadas pelo novo coronavírus.

"Eu não quero levar pânico para a população brasileira", afirmou. "Eu não quero histeria porque isso atrapalha... prejudica a economia."

O governo federal declarou na sexta-feira estado de transmissão comunitária do coronavírus em todo território nacional. A portaria, assinada pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, determina o isolamento domiciliar de pessoas com sintomas respiratórios e daquelas que residam no mesmo local, ainda que estejam assintomáticos, para contenção da propagação do novo coronavírus.

De acordo com dados do Ministério da Saúde divulgados na sexta-feira, o Brasil tem 999 casos confirmados do novo coronavírus e 12 mortes em decorrência do Covid-19 no país.

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