Bolsonaro: presidente voltou a criticar a Petrobras pelo aumento dos combustíveis anunciado na semana passada. (Alan Santos/PR/Flickr)
Da redação, com agências
Publicado em 16 de março de 2022 às 14h34.
Última atualização em 16 de março de 2022 às 15h56.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que "existe a possibilidade" de substituição do atual presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, em meio às crescentes críticas do chefe do Executivo contra a estatal devido aos aumentos dos preços dos combustíveis.
"Existe essa possibilidade", respondeu Bolsonaro ao ser questionado sobre uma possível troca no comando da Petrobras em entrevista à TV Ponta Negra, do Rio Grande do Norte, exibida nesta quarta-feira.
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"Todo mundo no governo --ministros, secretários, diretores de empresas, presidentes de estatais-- pode ser substituído se não estiver fazendo o trabalho a contento. Então não quer dizer que vai ser trocado ou que não vai ser trocado. Eu só não posso trocar o vice-presidente da República, o resto todos podem ser trocados, obviamente por motivo de produtividade, motivo de falha ou omissão no respectivo serviço", acrescentou.
Bolsonaro voltou a criticar a Petrobras pelo aumento dos combustíveis anunciado na semana passada, quando a estatal reajustou o diesel em 24,9% e a gasolina, em 18,8%.
Em trecho da mesma entrevista exibido na terça-feira, o presidente disse que "a gente está esperando, inclusive, ter um retorno da Petrobras para rever esses preços que foram absurdamente majorados na semana passada".
O presidente da República, Jair Bolsonaro, assumiu que soube com antecedência do reajuste dos combustíveis anunciado na semana passada pela Petrobras e que pediu à estatal para atrasar a medida em um dia - ou seja, para depois da votação do PLP 11 no Congresso, embora não tenha sido atendido.
"Chegou para nós que eles iriam ajustar na quinta-feira da semana passada. Foi feito pedido para que deixasse para o dia seguinte, atrasasse um dia, não nos atenderam", declarou o presidente em entrevista à TV Ponta Negra, afiliada do SBT no Rio Grande do Norte. "Por um dia, a Petrobras cometeu esse crime contra a população, esse aumento absurdo. Ação governamental não é interferir na Petrobras, é bom senso", defendeu.
A ideia do governo era deixar o reajuste para depois da votação do PLP 11, que alterou a cobrança do ICMS sobre o diesel e o gás de cozinha pelos Estados. De acordo com o presidente, sem o atraso, o reajuste da Petrobras chegou às bombas antes da diminuição dos impostos e onerou o consumidor.
Bolsonaro ainda voltou a cobrar a Petrobras por redução no preço dos combustíveis para se alinhar à recente queda do petróleo no exterior.
"A Petrobras vai reduzir o aumento absurdo concedido na semana passada ou tá muito bom para vocês da Petrobras?", alfinetou o chefe do Executivo. "O grande problema do Brasil e do mundo é o preço dos combustíveis, o resto a gente está fazendo a nossa parte." (Com Reuters e Estadão Conteúdo)