Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto (Adriano Machado/Reuters)
Reuters
Publicado em 6 de novembro de 2021 às 15h56.
Última atualização em 6 de novembro de 2021 às 16h13.
Ao comentar sobre preços de combustíveis em alta, o presidente Jair Bolsonaro lamentou neste sábado que a Petrobras seja independente na definição das cotações e voltou a falar sobre a possibilidade de privatizar a companhia.
"Sabemos da inflação, aumento de combustíveis, sabemos da Petrobras, (ela) é independente, infelizmente, independente. E estamos buscando uma maneira da nossa parte de ficar livre da Petrobras", afirmou ele, após participar de uma motociata no Paraná.
O presidente também manifestou a intenção de fatiar "bastante" a Petrobras e "quem sabe partir para privatização". Mas ele ponderou que esse processo de desestatização seria demorado.
A Petrobras vem realizando um amplo programa de desinvestimentos, que inclui vendas de oito refinarias, para reduzir sua dívida e focar investimentos em ativos de exploração e produção de petróleo no pré-sal.
Recentemente, executivos da Petrobras reforçaram que a empresa segue política de preços de combustíveis que se baseia em análises técnicas independentes, mas evitando repassar para o mercado e clientes as volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais.
Com ajustes ao final do mês passado, o diesel vendido nas refinarias da Petrobras passou a acumular alta de cerca de 65% neste ano, enquanto a gasolina subiu mais de 70% no acumulado de 2021.
Os comentários de Bolsonaro ocorrem após o Ministério da Economia ter encaminhado comunicação à Petrobras afirmando que não há estudos para a privatização da empresa, após o presidente Jair Bolsonaro ter feito declarações sobre o tema.
Em nota divulgada na sexta-feira, a Petrobras apontou que, segundo o ministério, não há fato relevante a ser informado ao mercado pela União neste momento sobre a eventual inclusão da desestatização da petroleira no Programa de Parcerias de Investimentos.
O presidente voltou a afirmar sobre a importância de o Congresso Nacional concluir a votação da chamada PEC dos Precatórios, para o governo "fazer com que o orçamento funcione no ano que vem, para dobrar o Bolsa Família".
"Estamos vivendo uma inflação de alimentos, inflação de combustíveis, estamos pagando a conta 'do fique em casa, a economia a gente vê depois'", comentou diante de uma plateia, formada em grande parte por motociclistas que participaram do evento.
Ele disse também que é importante renovar o Poder Judiciário.
"No Judiciário também tem renovação, quem se eleger presidente ano que vem indica dois ministros do Supremo no início de 2023, vai mudando, vamos oxigenando, e não podemos ficar eternamente no poder, isso não é bom, o meu limite são oito anos", disse.