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Bolsonaro diz que papel das Forças Armadas é defender a democracia

Presidente participou neste domingo (21) de velório de soldado paraquedista no Rio de Janeiro

Bolsonaro: “A nossa missão, a missão das Forças Armadas é defender a pátria, é defender a democracia" (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

Bolsonaro: “A nossa missão, a missão das Forças Armadas é defender a pátria, é defender a democracia" (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

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Reuters

Publicado em 22 de junho de 2020 às 06h33.

Última atualização em 22 de junho de 2020 às 06h35.

A missão das Forças Armadas é defender a democracia e a instituição está a serviço da vontade da população brasileira, disse o presidente Jair Bolsonaro na manhã deste domingo, em funeral de um soldado que morreu na véspera durante o lançamento de paraquedistas em uma base aérea no Rio de Janeiro.

“A nossa missão, a missão das Forças Armadas é defender a pátria, é defender a democracia. Como dizia... o ex-ministro Leônidas Pires Gonçalves nós estamos a serviço da vontade da população brasileira”, disse Bolsonaro, no velório do paraquedista morto, citando o ministro do Exército do governo Sarney. O presidente não falou com a imprensa.

As declarações do presidente sobre o papel das Forças Armadas ocorrem em meio a manifestações sobre o tema, com apoiadores de Bolsonaro e até alguns juristas defendendo uma espécie de papel moderador da instituição.

Essa posição, no entanto, já foi refutada em decisão formal do ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux e em declarações de outros membros da corte, incluindo seu presidente, Dias Toffoli.

Em sua fala no funeral, que foi publicada em uma de suas redes sociais em vídeo, Bolsonaro citou o ditado ao dizer que "pior do que a dor da derrota é a dor da vergonha de não ter lutado".

"Todos nós... devemos nos preparar, se um dia a nação assim o pedir, se preciso for, darmos a nossa vida pela nossa pátria e pela nossa liberdade", disse. "Peço a Deus que estenda suas mãos sobre toda nossa pátria querida, que afaste de todo mal a intenção daqueles que não querem que nós fiquemos livres", completou.

A ida de Bolsonaro ao Rio não estava prevista na agenda do fim de semana. O presidente, que já retornou à Brasília, também não esteve em atos de apoio ao governo na capital na capital federal.

Segundo a Seção de Comunicação Social do Comando Militar do Leste, o acidente fatal com o soldado ocorreu na manhã do sábado durante o lançamento de paraquedistas na Base Aérea dos Afonsos.

"Durante o salto, o soldado Pedro Lucas Ferreira Chaves ficou preso à aeronave e, após os procedimentos de emergência, a abertura do paraquedas do militar não ocorreu adequadamente", disse.

A nota informou que o soldado sofreu "ferimentos graves por ocasião de sua chegada ao solo, recebendo, de imediato, os primeiros socorros por parte da equipe médica local. Foi conduzido, na sequência, ao Hospital Geral do Rio de Janeiro (HGeRJ), na Vila Militar, onde foi atendido, mas infelizmente foi a óbito".

Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado para apurar as circunstâncias em que ocorreu o acidente, informou o comando militar.

O presidente prestou condolências ao militar morto.

"Nós, pais e mães, damos as nossas vidas pelos nossos filhos. O momento é difícil, de consternação e de reflexão. Da onde viemos e para onde iremos, nessa rápida passagem pela Terra", disse.

A ida do presidente ao Rio para prestar condolências ao militar morto ocorre no dia em que o Brasil superou oficialmente a marca das 50 mil mortes por Covid-19.

Bolsonaro tem evitado contato nos últimos dias com a imprensa após ele e aliados sofrerem reveses, como a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar do filho do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), investigado num esquema de suposto desvio de recursos de gabinete parlamentar, e da validação do inquérito das fake news pelo Supremo Tribunal Federal, que quebrou sigilo de parlamentares bolsonaristas.

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