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Bolsonaro diz que não irá interferir nas eleições na Câmara e no Senado

Apesar de articulações nos bastidores, Bolsonaro afirmou que torce para que "aconteça o melhor" nas disputas

Presidente da República, Jair Bolsonaro (Evaristo Sá/AFP)

Presidente da República, Jair Bolsonaro (Evaristo Sá/AFP)

AO

Agência O Globo

Publicado em 17 de dezembro de 2020 às 18h43.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que não irá interferir nas eleições da Mesa Diretora da Câmara e do Senado e disse que torce para que "aconteça o melhor" nas disputas. Apesar do discurso, nos bastidores o governo tem oferecido cargos para tentar influenciar a escolha dos novos presidentes das duas Casas. Na Câmara, Bolsonaro atua em favor do deputado federal Arthur Lira (PP-AL). No Senado ainda não há um candidato definido.

A afirmação ocorreu durante cerimônia de posse do novo ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, no Palácio do Planalto. Enquanto defendia que o Congresso flexibilize os parâmetros de conservação da Estação Ecológica de Tamoios, área de reserva ecológica em Angra dos Reis (RJ), Bolsonaro disse que isso poderia ser tratado após a eleição da Mesa Diretora, mas afirmou que não irá interferir na disputa.

Em seu discurso, ele chamou de "três mosqueteiros" e de "trio maravilhoso" três senadores do MDB que estavam presentes: Fernando Bezerra Coelho (PE), líder do governo no Senado; Eduardo Gomes (TO), líder do governo no Congresso; e Eduardo Braga (AM), líder do partido no Senado. Os três são pré-candidatos à Presidência do Senado.

— Tenho certeza que esse trio maravilhoso que está na minha frente aqui, resolvendo a questão da Mesa (Diretora) da Câmara e do Senado, não vou intereferir em lugar nenhum...Eu não interfiro nos meus ministros, quem dirá em outro Poder. Mas vou torcer para que aconteça o melhor na Câmara, no Senado, e as propostas do governo, uma vez analisadas pelo Parlamento, elas tenham seu curso, sejam colocadas em votação, e a maioria decida o que é melhor — disse o presidente.

Na semana passada, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, foi demitido depois de vir a público uma mensagem com ataques ao titular da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos — um dos trechos dizia que o Planalto estava oferecendo cargos em troca de apoio na Câmara.

"Não me admira o Sr Ministro Ramos ir ao PR pedir minha cabeça, a entrega do Ministério do Turismo ao Centrão para obter êxito na eleição da Câmara dos Deputados", escreveu Marcelo Álvaro.

Na Câmara, o Palácio do Planalto acenou ao presidente do Republicanos, deputado federal Marcos Pereira (SP), com a recriação do Ministério da Indústria e Comércio, pasta ocupada por ele na gestão de Michel Temer. Pereira desistiu da sua candidatura e declarou apoio a Lira. Entretanto, ele nega a oferta e também que o apoio do partido ao candidato de Bolsonaro tenha ocorrido em troca de cargos.

No Senado, em meio à indefinação das candidaturas, presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi sondado por integrantes do Executivo para assumir a Secretaria de Governo, responsável pela articulação política junto ao Congresso.

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