Brasil

Bolsonaro diz que não apoiará governadores para não perder votos

O candidato do PSL afirmou que a exceção será em Roraima, no qual Antonio Denarium, vai disputar o governo com o tucano José de Anchieta

BOLSONARO EM EVENTO DE CAMPANHA EM AGOSTO: campanha transmitiu peça focando na família do candidato  / REUTERS/Diego Vara (Diego Vara/Reuters)

BOLSONARO EM EVENTO DE CAMPANHA EM AGOSTO: campanha transmitiu peça focando na família do candidato / REUTERS/Diego Vara (Diego Vara/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 9 de outubro de 2018 às 16h52.

O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, afirmou nesta terça-feira que vai ficar neutro nas disputas a governos estaduais no segundo turno para não atrapalhar seu desempenho na votação final contra o adversário petista, Fernando Haddad.

Em entrevista à rádio Jovem Pan, Bolsonaro afirmou que a exceção será em Roraima, Estado em que o candidato do PSL, Antonio Denarium, vai disputar contra o tucano José de Anchieta o governo local. Ele disse que vai ficar neutro até na disputa de Santa Catarina, local em que o candidato do seu partido, Comandante Moisés, concorre ao governo estadual contra Gelson Merísio (PSD), que também é apoiador de Bolsonaro.

"Nos demais Estados nós ficaremos neutro, inclusive em Santa Catarina. Se eu assumir um lado, eu vou ter problema do outro, vai cair a votação", disse à rádio.

O candidato do PSL agradeceu o apoio público do candidato tucano ao governo de São Paulo, João Doria. Ele frisou, no entanto, que ainda não viu uma manifestação do adversário de Doria na disputa estadual paulista, o atual governador Márcio França (PSB). Ele disse que não quer "briga" com quem apoia Doria nem com quem apoia França.

Lula

Bolsonaro usou a entrevista para criticar duramente o adversário. Disse que, não fosse por determinação médica --ele está se recuperar de um atentado à faca--, debateria por até 10 horas com Haddad. Mas ele fez questão de destacar que o candidato do PT não vai governar e será tutelado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso em Curitibia e a quem Haddad tem ido visitar toda segunda-feira durante a eleição. O presidenciável do PT é um dos advogados constituídos de Lula.

"Tem que mostrar quem vai mandar no governo é o Lula e aqueles todos que afundaram o Brasil na ética, na moral, na economia vão voltar para o poder e o Haddad não vai ter poder para indicar nem o chefe da faxina, quem vai indicar vai ser o Lula. Então não podemos ter um cara desse na Presidência, imagine a vergonha junto ao mundo de ter um cara, padrão do Haddad, que toda semana se consulta com um presidiário", disse.

"Quer dizer, não tenho problema em debater com ele, agora preciso da liberação médica, porque não é recomendação, é decisão", completou. Ele afirmou que vai receber uma visita de equipe médica do hospital Albert Einstein na quarta-feira para saber se receberá liberação para participar de debates e outros atos de campanha.

Democracia

Bolsonaro disse na entrevista que acredita na democracia e afirmou que respeitará o resultado das urnas, depois de declarações suas que colocavam em dúvida a lisura do processo de votação.

"Eu acredito na democracia e vou respeitar o resultado das urnas", disse Bolsonaro em entrevista à rádio Jovem Pan. "Ninguém teve uma votação tão maciça como eu tive."

No domingo, Bolsonaro teve quase 50 milhões de votos, mas não conseguiu a maioria absoluta dos votos válidos e terá que enfrentar o petista Fernando Haddad no segundo turno, no final do mês.

Bolsonaro costuma ser criticado por declarações polêmicas sobre a ditadura que governou o Brasil entre 1964 e 1985 e chegou a afirmar que se não vencesse a eleição não reconheceria seu resultado, diante das possibilidades, segundo ele, de fraude.

Acompanhe tudo sobre:Eleições 2018GovernadoresJair Bolsonaro

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022