Bolsonaro: o presidente ainda voltou a dizer que não gostaria de ver a gasolina e o dólar nos níveis atuais (Alan Santos/PR/Flickr)
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de setembro de 2021 às 13h36.
Última atualização em 27 de setembro de 2021 às 14h40.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, durante evento da Caixa Econômica Federal, 27, que as Forças Armadas não cumprem ordens absurdas. "Se eu der ordens absurdas, vão cumprir? Não. Nem a mim nem a governo nenhum. As Forças Armadas têm de ser tratadas com respeito", disse o chefe do Planalto.
A fala vem após dúvidas no meio político se parte das Forças Armadas estaria disposta a embarcar em uma ruptura institucional. Como revelou o Estadão/Broadcast, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, mandou recado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), por meio de um interlocutor, de que não haveria eleições em 2022 sem voto impresso, proposta derrotada no Congresso.
Ainda durante o discurso no evento da Caixa, que marcou a abertura da agenda de eventos dos mil dias de governo, Bolsonaro ainda voltou a dizer que não gostaria de ver a gasolina e o dólar nos níveis atuais, mas ressaltou que não resolve tudo sozinho. "Alguém acha que eu não queria gasolina a 4 reais ou menos? O dólar a 4,50 reais ou menos? Não é maldade da nossa parte, é a realidade", disse o presidente. "Tem um ditado que diz "nada está tão ruim que não possa piorar". Não queremos isso", acrescentou.
Se trocasse ministro, seria por alguém diferente de Guedes, diz Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o ministro da Economia, Paulo Guedes, e comentar a entrevista que concedeu à revista Veja na semana passada. Em evento da Caixa Econômica Federal nesta segunda-feira, 27, o chefe do Executivo afirmou, contudo, que se fosse trocar o comandante da Economia, seria por alguém com política diferente da dele.
"A revista Veja perguntou para mim se eu trocaria o Paulo Guedes. Ah, trocar o Paulo Guedes, se for para trocar tem de trocar por alguém com política diferente da dele. Se não, é trocar seis por meia dúzia", afirmou Bolsonaro. "Se não tivesse alguém com a garra dele, será que teria caído apenas, o que é bastante, 4%?", questionou o presidente, citando o encolhimento da economia brasileira em 2020, primeiro ano da pandemia.
Em uma nova defesa de Guedes, o chefe do Executivo ainda citou o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) que disse que o desempenho econômico do Brasil tem sido melhor que o esperado.
"Qual economista queria estar no lugar dele, com aquela pandemia tendo de fazer coisas completamente diferentes daquilo que ele se preparou ao longo de toda a sua vida?", questionou Bolsonaro.
No primeiro dia da semana em que participará de vários eventos para marcar os mil dias de governo, Bolsonaro afirmou ainda, durante o evento, que viajará nos próximos dias não apenas fazendo entregas de obras, mas "mostrando o que está acontecendo".