Bolsonaro sobrevoa Brumadinho (MG) em 26.01.2018. (Isac Nobrega/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de janeiro de 2019 às 17h48.
São Paulo - Depois de sobrevoar nesta manhã a região onde ocorreu a ruptura de uma barragem da Vale, em Brumadinho (MG), o presidente Jair Bolsonaro usou o Twitter para se pronunciar sobre a tragédia. Bolsonaro, que deixou Minas sem falar com os jornalistas, escreveu: "Difícil ficar diante de todo esse cenário e não se emocionar".
Difícil ficar diante de todo esse cenário e não se emocionar. Faremos o que estiver ao nosso alcance para atender as vítimas, minimizar danos, apurar os fatos, cobrar justiça e prevenir novas tragédias como a de Mariana e Brumadinho, para o bem dos brasileiros e do meio ambiente.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) January 26, 2019
O presidente afirmou que o governo fará "o que estiver ao nosso alcance para atender as vítimas, minimizar danos, apurar os fatos, cobrar justiça e prevenir novas tragédias como a de Mariana e Brumadinho, para o bem dos brasileiros e do meio ambiente".
O rompimento da barragem da Vale em Brumadinho deixou, até agora, nove mortos, além de 354 pessoas desaparecidas. A empresa diz que ainda investiga as causas do rompimento.
Pouco antes de postar a mensagem, Bolsonaro havia se reunido com o governador Romeu Zema, o presidente da Vale Fabio Schvartsman, a Procuradora-Geral da República Raquel Dodge, ministros e representantes do Governo de Minas no Aeroporto de Confins.
No encontro, ele colocou à disposição do Estado recursos do governo federal, como reforços nas equipes de buscas e equipamentos.
Além disso, Bolsonaro disse ao Coronel Estevo, comandante do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, que disponibilizará equipamentos obtidos em parceria com Israel nas buscas pelas vítimas, com tecnologia capaz de localizar pessoas que estejam enterradas.
A Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, disse que está acompanhando a situação de perto.
“Estamos examinando como agiremos, mas é preciso neste momento definir qual é o protocolo de risco necessário e garantir a identificação das pessoas desaparecidas e garantir que vítimas sejam socorridas, sobretudo as vítimas ainda vivas”, afirmou.
Segundo ela, as medidas no tocante à Vale já estão sendo avaliadas de forma conjunta pelo ministério público federal, pelo ministério público Estadual, pelo Ministério Público do Trabalho, defensoria pública do estado e do município, que desde ontem realizando reuniões.
“As informações ainda são muito prematuras para que identifiquemos os responsáveis”, disse Dodge. “Não queremos de modo algum interromper a economia dos municípios, os empregos, mas é preciso que as atividades econômicas sejam empreendidas com segurança, para que vítimas não sofram sozinhas as consequências do rumo que as empresas tomam”, afirmou.
“Reincidência é um termo técnico jurídico. Podemos dizer que a história se repetiu e que poderia ter sido evitada se tivesse seguido o protocolo científico confiável”.