Rêgo Barros: o porta-voz afirmou que Bolsonaro vai esperar o retorno de Sergio Moro a Brasília antes de pensar na estratégia para se posicionar sobre os vazamentos de mensagens (Wilson Dias/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 10 de junho de 2019 às 19h56.
BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro deve conversar nesta terça-feira (11) com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, sobre supostas mensagens vazadas para só então traçar uma linha de ação sobre o assunto. É o que afirmou nesta segunda-feira (10) o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros.
"O presidente da República não se pronunciará a respeito do conteúdo de mensagens e aguardará o retorno do ministro Moro para conversar pessoalmente, em princípio amanhã", disse Rêgo Barros em briefing a jornalistas.
O site Intercept Brasil publicou no domingo (9) reportagens que mostram suposta troca de mensagens entre Moro, então juiz federal responsável pela Lava Jato em Curitiba, e o coordenador da operação, Deltan Dallagnol. Com base no que diz serem arquivos recebidos de uma fonte anônima, o site mostra supostas conversas entre Moro e Dallagnol sobre decisões, andamento das investigações e sugestões de testemunhas.
Moro, Dallagnol e os procuradores da Lava Jato negam que tenha havido qualquer irregularidade. Em entrevista coletiva em Manaus, onde cumpria agenda, o ministro não confirmou a autenticidade das mensagens, porque, segundo ele, são coisas que, se aconteceram, aconteceram anos atrás. "Eu não tenho mais essas mensagens, eu não guardo esses registros."
Questionado qual seria a estratégia do governo no Congresso diante do caso, uma vez que a oposição anunciou obstrução das votações, o porta-voz disse que até o momento não há nenhuma.
"Como o nosso presidente não teve a oportunidade de compartilhar o conhecimento dos fatos junto ao ministro Sergio Moro, por consequência, o governo não tem nenhum planejamento de momento", disse o porta-voz.
Rêgo Barro disse que o encontro do presidente com Moro seria importante para Bolsonaro conhecer do "próprio ministro Sergio Moro a sua percepção e a partir dessa conversa traçar linhas de ação e estratégias".
No briefing, o porta-voz disse também que o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, informou que são necessários ajustes no anunciado pacto entre os Poderes e que há uma indicação de que a assinatura do mesmo, inicialmente prevista para esta segunda-feira, deve ocorrer na semana que vem.