Jair Bolsonaro: deputado tentou nos últimos dias fechar um acordo para ter o senador Magno Malta (PR-ES) na chapa (Sergio Lima/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 17 de julho de 2018 às 20h34.
Última atualização em 31 de outubro de 2018 às 14h23.
Brasília - O pré-candidato do PSL ao Palácio do Planalto, o deputado federal Jair Bolsonaro (RJ), deve anunciar até a quarta-feira o general do Exército da reserva Augusto Heleno (PRP) como seu companheiro de chapa na disputa, afirmou à Reuters o presidente do PSL em São Paulo, o também deputado federal Major Olímpio.
Segundo Olímpio, Bolsonaro afirmou nesta terça-feira, durante evento no Vale do Ribeira, no interior paulista, que "ainda hoje ou amanhã" Heleno será anunciado como o vice.
O pré-candidato do PSL ao Planalto tentou nos últimos dias fechar um acordo para ter o senador Magno Malta (PR-ES) como companheiro de chapa a fim de aumentar o tempo de rádio e TV a que terá direito na propaganda eleitoral.
Sozinho, o PSL de Bolsonaro tem apenas 8 segundos durante a campanha em blocos de 12 minutos e 30 segundos. O PRP não tem deputado federal e, dessa forma, sua contribuição para o tempo de TV de Bolsonaro deve ser praticamente nula.
Olímpio disse que Malta não aceitou ser vice de Bolsonaro --optou por buscar mais um mandato ao Senado-- e também o partido dele, o PR, quis impor condicionantes para fechar uma aliança formal com o PSL.
Segundo Olímpio, o PR queria que, nas disputas a cargos proporcionais no Rio e em São Paulo (disputa a deputado federal, por exemplo), houvesse um acerto que privilegiasse as candidaturas dos membros do PR em detrimento dos nomes do PSL. Lideranças do PR pretendiam usar essa aliança com Bolsonaro para aumentar o tamanho da bancada no Congresso.
Olímpio afirmou que ninguém da direção do PSL topou esse acerto. "Se o problema for ter tempo de TV e abandonarmos os nossos, não terá valido a pena a eleição. Vamos vencer com 10 segundos, do jeito que for, mas com dignidade", disse.
Heleno é filiado ao PRP do Distrito Federal e ficou nacionalmente conhecido por ter sido o primeiro comandante da força de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, missão de paz que teve a liderança militar do Brasil.
(Reportagem de Ricardo Brito)