Jair Bolsonaro: político argumentou que na vizinha Bolívia, país com numerosa população indígena, um presidente dessa origem foi eleito porque não ficou confinado em uma reserva (Adriano Machado/Getty Images)
Reuters
Publicado em 30 de novembro de 2018 às 20h09.
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, comparou nesta sexta-feira reservas indígenas a jaulas de zoológico ao voltar afirmar que não vai apoiar a demarcação de terras indígenas no país em seu governo.
Bolsonaro argumentou que na vizinha Bolívia, país com numerosa população indígena, um presidente dessa origem foi eleito porque não ficou confinado em uma reserva.
"Ninguém quer maltratar índio, e você pode ver na Bolívia tem um índio que é presidente", disse Bolsonaro. "E por que no Brasil temos que mantê-los reclusos em reservas como se fossem animais em zoológico?"
"O índio é um ser humano igualzinho a nós e quer o que nós queremos e não pode se usar a situação do índio para demarcar essas enormidades de terras que, no meu entender, poderão ser sim, de acordo com a própria ONU, novos países no futuro", acrescentou.
Bolsonaro destacou a extensão de reserva ianomâmi que, segundo ele, tem o dobro da área do Estado do Rio de Janeiro. "Justifica isso para talvez 9 mil índios?"
Sobre o Acordo de Paris e outros pactos internacionais nos últimos 20 anos, ele disse que o Brasil aceitou pressão externa para ampliar a demarcação de terras para índios e reservas ambientais. "Esses acordos foram nocivos ao país."