Presidente Jair Bolsonaro durante passeio de moto pelas ruas de Brasília. (Marcos Corrêa/PR/Flickr)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de maio de 2021 às 14h47.
Sem máscara e sem respeitar o distanciamento social, o presidente Jair Bolsonaro cumprimentou apoiadores e tirou fotos com eles ao retornar ao Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, depois de fazer um passeio de moto, acompanhado de centenas de motociclistas, na manhã deste domingo, 9, em Brasília. Em breve discurso, o chefe do Executivo federal afirmou que o passeio não foi um ato político, mas de "amor à Pátria", e voltou a defender a aprovação do chamado "voto auditável".
"Esse passeio hoje aqui, com toda certeza, havendo convite, iremos para São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. É uma demonstração não política, uma demonstração de amor à Pátria, demonstração de todos aqueles que querem paz, tranquilidade, e liberdade acima de tudo. Pode ter certeza, nosso exército são vocês, o que vocês determinarem, nós faremos", disse o presidente.
Bolsonaro passeou de moto por cerca de uma hora e meia pelas ruas da capital neste domingo. Não foi possível contar os participantes, mas eram centenas de motociclistas, o que deve ter superado o número esperado pelo presidente, que afirmou que o ato reuniria ao menos mil apoiadores. Na saída, o evento foi aberto com a execução do Tema da Vitória (do piloto Ayrton Senna) pelo batalhão da Guarda Presidencial. A trilha sonora foi tocada durante todo o passeio pelo sistema de som das motocicletas. O ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, também estava no grupo.
O presidente repetiu ainda que, como chefe supremo das Forças Armadas, "jamais" o Exército irá às ruas para manter as pessoas dentro de casa. "Vocês, motociclistas, vocês, amantes do asfalto amantes da liberdade, sabemos que não existe nada mais sagrado para um homem e para uma mulher do que garantir e ter sua liberdade, e essa não tem preço. Vocês estão aqui dando apoio, então para um governo que se identifica em grande parte com vocês", disse.
Durante o discurso, Bolsonaro foi cumprimentado pela deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) com um beijo no rosto. Após chamar a parlamentar de "mãe do voto auditável" - ela é autora da PEC 135/2019 que trata do assunto, o presidente voltou a defender a aprovação da medida no Congresso, que determina a impressão de cédulas em papel na votação e na apuração de eleições, plebiscitos e referendos. "Com toda certeza nós aprovaremos isso no Parlamento e teremos, sim, uma maneira de auditar o voto por ocasião das eleições de 22. Ganhe quem ganhar, mas na certeza e não na suspensão da fraude. Não podemos admitir isso, porque o voto é a essência da democracia", afirmou.
"Pegamos um Brasil realmente arrebentado, ético, moral e economicamente, e aos poucos vamos recuperando, com apoio e consciência por parte de todos vocês que estamos buscando fazer o melhor para nosso Brasil. Acredito nessa pátria verde e amarela. Nosso lema é Deus. Pátria, família, incomoda muita gente, mas sabemos que isso é a essência de praticamente todos nós", disse.
Além da deputada federal, também acompanharam o presidente e fizeram breves comentários o deputado federal Helio Lopes (PSL-RJ) e o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto. "Estejam certos de que as Forças Armadas estão prontas a defender a Constituição", disse o ministro após desejar aos presentes um feliz Dia das Mães, celebrado neste domingo.
Em um momento, Helio chegou a segurar uma criança com Síndrome de Down no colo. Também sem o equipamento de segurança, a menina disse que o presidente vai fazer de tudo para o coronavírus acabar logo. A criança ainda afirmou que quer ver o "Felipe Neto na prisão", referindo-se ao youtuber, que virou alvo de críticas mais intensas de bolsonaristas depois de chamar Bolsonaro de genocida, em referência às mortes decorrentes da covid-19.
Ao se despedir dos apoiadores, Bolsonaro ainda confirmou que "vai para o meio da rua" e irá participar de um grande encontro em Brasília de produtores rurais no próximo sábado, 15. "Dia 15, pessoal, tá todo mundo convocado, vou lá para o meio da rua, com pessoal do campo, pessoal do agronegócio, estará tomando Brasília e vou estar lá no meio deles, se Deus quiser, dando uma força e agradecendo pelo trabalho que eles fizeram", disse.