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Bolsonaro avalia entregar Comunicação a general

Se confirmado, Floriano Peixoto Vieira Neto será responsável por contratos de publicidade do governo, área que gera preocupação entre a equipe presidencial

Bolsonaro: "excelente pessoa. Se for possível, nós a aproveitaremos, ou melhor, a convidaremos", afirmou o presidente eleito (Adriano Machado/Reuters)

Bolsonaro: "excelente pessoa. Se for possível, nós a aproveitaremos, ou melhor, a convidaremos", afirmou o presidente eleito (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de novembro de 2018 às 14h20.

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse nesta terça-feira (27) que o general da reserva Floriano Peixoto Vieira Neto poderá ir para a Secretaria de Comunicação Social (Secom).

A ideia é que o general possa cuidar dos contratos de publicidade do governo, área que gera preocupação entre a equipe presidencial. Se confirmado, será o sexto general a ocupar posto de destaque no Palácio do Planalto.

A Secom ficará subordinada à Secretaria-Geral da Presidência, que será comandada por Gustavo Bebianno. O presidente indicou ainda que poderá levar a senadora Ana Amélia (PP-RS) para ser a porta-voz do seu governo.

"Excelente pessoa. Se for possível, nós a aproveitaremos, ou melhor, a convidaremos", afirmou Bolsonaro.

A Secom tem sido uma das áreas de disputadas no novo governo, chegando a provocar discórdia entre o vereador no Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, um dos filhos do presidente eleito e que coordenou a campanha nas mídias sociais, e Bebianno.

Hoje, a área de comunicação está vinculada à Secretaria Geral e, depois de idas e vindas para outros lugares do Planalto nesta terça, foi batido o martelo que permanecerá lá.

Por conta das disputas, na semana passada, Carlos deixou Brasília anunciando que estava se afastando da sua atuação neste setor. 

Apesar das polêmicas, Bolsonaro ainda quer convencer o filho, de alguma forma, mesmo que no Rio de Janeiro, a continuar ajudando no comando das postagens das redes sociais.

Por isso mesmo, o desenho não está fechado. O governo quer reduzir o tamanho da Secom e focar os trabalhos na área digital.

general Floriano Peixoto, que também comandou missão do Brasil no Haiti — assim como Carlos Alberto Santos Cruz, que vai chefiar a Secretaria de Governo (mais informações nesta página) —, já integra a equipe de transição e ajudou nos estudos da área de Comunicação.

Quando estava na ativa, o general integrou a equipe do Centro de Comunicação Social do Exército, e a ideia é que ele tome conta dos contratos de publicidade. 

No início da transição, o vice-presidente eleito, Hamilton Mourão, visitou as empresas de publicidade Isobar e TV1, que dividem a conta digital da Secom.

A ideia inicial é prorrogar por mais um ano os atuais contratos, que vencem em março. Mas estes acertos serão conduzidos e carecem de aprovação do general Floriano Peixoto.

Número de pastas

Após um dia inteiro de discussões sobre redesenho do Palácio do Planalto e busca por nomes para ministérios, o presidente eleito anunciou que serão 20 pastas "no máximo" e justificou que foi preciso ampliar o número de ministérios "por uma governabilidade".

"(Até porque) não poderia sobrecarregar demais uma pessoa em um ministério e, por isso, refizemos alguma coisa e ainda assim teremos quase metade do que tem aí." Inicialmente, a ideia era que fossem 15, no máximo 17 ministérios.

Bolsonaro tentou explicar também a polêmica causada pela indicação do general Carlos Alberto dos Santos Cruz para a Secretaria de Governo - que tem, entre as suas atribuições, a relação com o Congresso.

"Não está confuso. Nós estamos em um time. Todo mundo tem de jogar a bola prá frente", disse o presidente, acrescentando que o general Santos Cruz "é uma pessoa que vocês vão se surpreender no trato com os parlamentares".

"No meu entender, é uma pessoa qualificada para a função", emendou. Santos Cruz continua em viagem a Bangladesh e só conversará com Bolsonaro na semana que vem.

O presidente eleito anunciou que o futuro ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, "vai ser o comandante dessa área (articulação)" e terá ao seu lado um grupo de parlamentares para ter contato diretamente com o Congresso. Segundo ele, será uma articulação "compartilhada".

"Todo mundo vai ter de jogar junto. Eu vou conversar com os parlamentares também. Todo mundo vai conversar e buscar solução para os problemas." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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