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Bolsonaro admite que pode deixar de ir a debates com Haddad por estratégia

O candidato não participaria de debates e de agendas públicas de campanha até o dia 18 por recomendações médicas

O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, fala à imprensa após gravação de campanha, no bairro Jardim Botânico, Rio de Janeiro. (Fernando Frazão/Agência Brasil)

O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, fala à imprensa após gravação de campanha, no bairro Jardim Botânico, Rio de Janeiro. (Fernando Frazão/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de outubro de 2018 às 19h50.

Última atualização em 11 de outubro de 2018 às 19h57.

Rio de Janeiro - O candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, admitiu nesta quinta-feira, 11, que considera a possibilidade de não participar de debates com o opositor Fernando Haddad, do PT.

"Existe a possibilidade sim estratégica (de não ir a debate)", afirmou durante uma coletiva de imprensa. Bolsonaro não participaria de debates e de agendas públicas de campanha até o dia 18 por recomendações médicas. Segundo avaliações, ele ainda tem anemia em razão do atentado sofrido em 6 de setembro.

Estavam programados um debate nesta quinta-feira, 11, na TV Bandeirantes, domingo, na TV Gazeta e na segunda-feira, no SBT. Todos foram cancelados pelos organizadores. Outros debates ainda estão marcados.

Nesta quinta-feira, 11, Bolsonaro provocou o adversário. "O Haddad fica me desafiando: quero que você diga o que fez por 28 anos no Parlamento. Vou responder agora: não roubei ninguém, Haddad", disse. E emendou: "como presidente, você aceitaria que o crime organizado continuasse sendo comandado de dentro dos presídios?".

Em entrevista à rádio CBN nesta quinta-feira, 11, Bolsonaro ironizou a possibilidade de participar de debates com Haddad. "Não adianta debater com alguém que não é quem vai indicar os ministros. Não adianta debater com um ventríloquo do Lula", afirmou. "Qual é a autenticidade do Haddad?", questionou.

Para o capitão da reserva, o ministério a ser montado em um eventual governo de Haddad será indicado por Lula. "Do meu lado tem humildade, sem o toma-lá-dá-cá", disse.

GOVERNO DE SÃO PAULO

O candidato pelo PSL disse ainda ter recomendado neutralidade aos companheiros de partido na eleição para governador de São Paulo. Ele disse ter conversado ontem por telefone com o candidato do PSDB, João Doria.

"Não vou meter minha colher em problemas partidários", afirmou Bolsonaro. "Recomendei, não sou capitão nessa hora, neutralidade. Se a Joice quiser apoiar um ou outro. Não queremos adesões para o outro lado. Afinal de contas, não é esse o DNA", complementou.

Bolsonaro reclamou dos ataques que recebeu do adversário tucano no primeiro turno, Geraldo Alckmin, e de um suposto apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) ao candidato do PT, Fernando Haddad. "Mais uma vez Fernando Henrique Cardoso disse que, em havendo segundo turno, votaria no PT", disse.

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