Moro: presidente afirmou que está em contato com o ministro (PR/Flickr)
Da Redação
Publicado em 30 de outubro de 2019 às 07h56.
Última atualização em 30 de outubro de 2019 às 15h29.
São Paulo — O presidente Jair Bolsonaro não parece não ter se acalmado mesmo depois da live que fez na noite de ontem, minutos depois de o Jornal Nacional, da Rede Globo, apontar que o nome dele foi citado na investigação da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ).
Na manhã desta quarta-feira (30), em Riad, Bolsonaro conversou com jornalistas na porta do hotel e afirmou que está em contato com o ministro Sergio Moro para que a Polícia Federal colha um novo depoimento do porteiro que associou o presidente ao principal suspeito de ter assassinado a vereadora carioca, Élcio de Queiroz.
"Estou conversando com o ministro da Justiça para a gente tomar, via Polícia Federal, um novo depoimento desse porteiro pela PF para esclarecer de vez esse fato, de modo que esse fantasma que querem colocar no meu colo como possível mentor da morte de Marielle seja enterrado de vez", afirmou ele. O presidente também disse não saber quem é o porteiro citado na reportagem da Globo.
Bolsonaro reforçou, tanto hoje quanto ontem em seu perfil no Facebook, que não estava em casa no dia do assassinato de Marielle, dia 14 de março de 2018 e que o porteiro "deve ter se equivocado". A reportagem da Globo também deixa claro que Bolsonaro não estava no Rio de Janeiro no dia.
O presidente também voltou a falar sobre o governador do Rio, Wilson Witzel: "No meu entender, o porteiro está sendo usado pelo delegado da Polícia Civil, que segue ordem do senhor Witzel, governador. O porteiro ou se equivocou ou não leu o que assinou. Pode o delegado (da Polícia Civil) ter escrito o que bem entendeu e o porteiro, uma pessoa humilde, né, acabou assinando embaixo", disse ele.
Bolsonaro, de acordo com o Estadão, teria dito que Witzel o informou sobre a investigação no dia 9 de outubro, aniversário do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, no Clube Naval do Rio de Janeiro.
“Ele (Witzel) chegou perto de mim e falou o seguinte: ‘O processo está no Supremo’. Eu falei: ‘Que processo?’. ‘O processo está no Supremo?’. ‘Que processo?’. ‘Ah, o processo da Marielle’. ‘O que eu tenho a ver com o caso da Marielle?’. ‘Não, o porteiro citou o teu nome’. Ou seja, Witzel sabia do processo que estava em segredo de Justiça”, declarou Bolsonaro ao jornal.