Bolsonaro e Bivar: crise interna no PSL tem aliados do presidente e do dirigente da legenda em lados opostos (José Dias/PR - Michel Jesus/Ag. Brasil/Exame)
Reuters
Publicado em 20 de novembro de 2019 às 20h14.
Brasília - A ala bolsonarista do PSL alegou sofrer perseguição e ameaças dentro do partido enquanto o Conselho de Ética da sigla analisava processos contra eles nesta quarta-feira.
Em guerra aberta contra aliados do presidente da sigla, o deputado Luciano Bivar (PE), bolsonaristas como o líder do governo na Câmara, Vitor Hugo (GO), e a vice-presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Bia Kicis (DF), afirmaram sofrer represálias e pressões na legenda, alegações que, em tese, poderiam justificar a manutenção de seus mandatos caso deixem o PSL e embarquem no novo partido anunciado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.
"Nós convocamos essa coletiva de imprensa para manifestar, em nome dos deputados do PSL que estão sendo submetidos a processo hoje no Conselho de Ética do partido, a nossa indignação diante dessa perseguição política indevida", disse Vitor Hugo a jornalistas nesta quarta-feira.
O Conselho de Ética do PSL se reuniu nesta tarde para ouvir e receber as peças de defesa pendentes nos processos disciplinares movidos contra 19 deputados do grupo bolsonarista, entre eles o filho do presidente Jair Bolsonaro e líder da legenda na Câmara, Eduardo Bolsonaro (SP), agravando ainda mais a crise interna na legenda.
O partido acusa os parlamentares de terem ferido o código de ética ao atacar a legenda e parte dos seus integrantes, em meio a uma guerra aberta que contou com uma disputa pela liderança do partido na Câmara, e acusações, por parte dos bolsonaristas de falta de transparência no uso das verbas da sigla.
O presidente do PSL, o deputado Luciano Bivar (PE), alvo de uma operação da Polícia Federal, afirmou reiteradas vezes que as contas do partido são públicas e que estão a disposição dos correligionários.
Bolsonaro, por sua vez, anunciou sua saída do PSL. O presidente pretende criar um novo partido até março de 2020, a Aliança pelo Brasil, para onde pretende migrar acompanhado dos filhos e de parlamentares que o apoiam. A nova sigla já tem o primeiro encontro marcado, na quinta-feira, em Brasília, quando deve ser escolhida uma Executiva, de até 15 membros.