O documento não cita prazos nem custos da parceria, que contará também com colaboração da Organização das Nações Unidas (AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 20 de janeiro de 2012 às 21h50.
La Paz - Bolívia e Estados Unidos firmaram nesta sexta-feira seu primeiro acordo de cooperação antidrogas após mais de três anos de distanciamento diplomático, numa iniciativa que também conta com o envolvimento brasileiro.
O acordo, que prevê um novo mecanismo de controle para cultivos ilegais de coca, matéria-prima da cocaína, complementa outro convênio assinado simultaneamente entre a Bolívia e o Brasil, pouco mais de dois meses depois de La Paz e Washington decidirem normalizar suas relações.
Pelo acordo, os EUA fornecerão equipamentos e treinamento para a análise de imagens e de outros dados que serão colhidos pelo Brasil, enquanto a Bolívia contribuirá com o trabalho de campo.
"Esse projeto trilateral tem a prioridade de fortalecer a cooperação internacional na luta contra o narcotráfico, sob o princípio da responsabilidade compartilhada", disse comunicado conjunto divulgado pela Internet após a cerimônia de assinatura realizada a portas fechadas na chancelaria boliviana.
O documento não cita prazos nem custos da parceria, que contará também com colaboração da Organização das Nações Unidas (ONU). Tampouco menciona o uso de aviões não-tripulados para o controle do narcotráfico, algo que era mencionado insistentemente desde que os acordos começaram a ser noticiados, há cerca de seis meses.
No final de 2010, a Bolívia tinha cerca de 30.000 hectares de cultivos de coca. No ano passado, o governo local diz ter eliminado cerca de 10 mil hectares, mas não é possível dizer se houve redução, porque não se sabe quantos novos plantios surgiram.
A Bolívia é apontada como terceira maior produtora mundial de cocaína, atrás de Colômbia e Peru.
A cooperação antidrogas entre Bolívia e EUA foi reduzida a um mínimo desde o segundo semestre de 2008, quando o presidente boliviano, Evo Morales, expulsou o embaixador e agentes antidrogas dos EUA, acusando-os de ingerência política. Washington respondeu, expulsando o embaixador boliviano.
O acordo de normalização diplomática, assinado em novembro, prevê um novo intercâmbio de embaixadores.