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Boi, Bala e Bíblia contra Dilma

Veja qual foi o posicionamento das principais grupos temáticos da Câmara dos Deputados no processo de impeachment

Dilma Rousseff: a rejeição à petista foi mais extrema na bancada BBB – Boi, Bala e Bíblia – e em outras que se identificam com setores empresariais (Ueslei Marcelino / Reuters)

Dilma Rousseff: a rejeição à petista foi mais extrema na bancada BBB – Boi, Bala e Bíblia – e em outras que se identificam com setores empresariais (Ueslei Marcelino / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de abril de 2016 às 16h19.

Última atualização em 29 de maio de 2017 às 16h37.

O posicionamento dos deputados das principais bancadas da Câmara refletiu-se no resultado da votação do parecer de admissibilidade do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, no domingo (17).

O cruzamento do mapa dos principais grupos temáticos da Casa, feito pela Agência Pública, com os votos dos parlamentares revela que a rejeição à petista foi mais extrema na bancada BBB – Boi, Bala e Bíblia – e em outras que se identificam com setores empresariais.

Do outro lado, votaram majoritariamente pela permanência de Dilma os grupos que atuam junto aos direitos humanos e a causas sindicais.

Em ordem decrescente, votaram pelo impeachment as bancadas da bala (88,24%), empresarial (85,32%), evangélica (83,85%), ruralista (82,93%), da mineração (79,12%) e dos parentes (74,49%), formada por deputados com familiares na política.

Nesses grupos, o porcentual de apoio ao impedimento foi superior ao valor registrado na votação de domingo, que resultou em 71,54% das manifestações pelo impeachment se considerados todos os deputados, com 367 votos – o que fez com que o processo seguisse para o Senado Federal. A bancada da bola ficou bem próxima desse patamar, uma vez que 71,43% dos seus integrantes votaram “sim”.

Os dois outros grupos que votaram em maioria contra Dilma não atingiram dois terços dos votos – índice necessário para a aprovação do parecer de Arantes.

Entre os 228 parlamentares financiados por empreiteiras, 147 votaram pelo impeachment (64,47%). Já entre os que atuam pela saúde foi um placar muito apertado: 12 dos 22 votos pró-impeachment (54,54%) e nove pró-Dilma (40,91%).

Houve ainda uma quase unanimidade favorável à petista no diminuto grupo que atua pelos direitos humanos. Apenas um dos 24 deputados dessa bancada, Sarney Filho (PV-MA), se posicionou pela saída da presidente, o que levou a um índice de rejeição ao impeachment de 95,83%.

Entre os 43 deputados da bancada sindical, 35 apoiaram Dilma, ou 81,36%, e oito votaram contra a presidente (18,6%). Os índices estão bem acima dos magros 26,72% alcançados pelo “não” em plenário, com apenas 137 apoiamentos.

Em números absolutos, o apoio dos parlamentares da bancada empresarial foi o mais expressivo, com o voto “sim” de 186 dos seus 218 integrantes. Em seguida, vem a dos parentes, que registrou o apoio de 181 dos 243 integrantes.

Entre os ruralistas, que somam 205 deputados, foram 170 manifestações favoráveis ao parecer do relator, enquanto o impedimento da presidente foi apoiado por 161 dos 192 evangélicos. Vale lembrar que um deputado pode pertencer a mais de uma bancada.

O parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) teve também 30 votos favoráveis da bancada da bala, de um total de 34 parlamentares financiados pelo setor de armas e munições ou ainda aqueles que defendem as propostas mais duras para a segurança pública.

O grupo de deputados que apoia a mineração é outro pouco expressivo numericamente, com 24 integrantes, e rendeu 19 votos. Também nanica, a turma da bola, ligada à CBF e a clubes de futebol, dedicou 10 dos 14 votos favoravelmente ao impeachment.

Texto cedido pela Agência Pública.

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