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Boate de tragédia tinha alvará vencido, mas sendo renovado

Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul, local estava com lotação acima do permitido no momento da tragédia

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2013 às 15h36.

São Paulo - A boate onde mais de 230 pessoas morreram em um incêndio na madrugada deste domingo estava com alvará vencido e com sua renovação em andamento, segundo o comandante do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul, que também afirmou que o local estava com lotação acima do permitido no momento da tragédia.

"Tinha vencido o alvará deles, mas eles tinham toda a parte preventiva instalada no prédio", explicou o coronel Guido Pedroso de Melo em entrevista à Reuters por telefone.

Ele acrescentou que a renovação do documento estava em andamento e que, dessa forma, o funcionamento da boate estava regularizado. "Estava tramitando a renovação do alvará", afirmou.

A maioria dos mortos na boate, localizada na cidade de Santa Maria, a 350 quilômetros da capital gaúcha, Porto Alegre, era de jovens, já que a cidade abriga várias instituições de ensino superior.

O comandante do Corpo de Bombeiros gaúcho disse ainda que a causa da tragédia, que também deixou 117 feridos, segundo a Defesa Civil estadual, foi a utilização de sinalizador durante um show de uma banda que se apresentava no local, o que não é permitido pelas regras de segurança.

De acordo com o coronel Pedroso de Melo, a boate estava com lotação acima da permitida e seguranças chegaram a impedir a saída das pessoas, exigindo o pagamento do que consumiram na casa, o que agravou a tragédia.

"O problema foi usar o instrumento pirotécnico, o que não era permitido", disse. "Segundo as informações, havia mais de mil pessoas no local. A capacidade permitida era até mil." O comandante dos Bombeiros disse que a boate tinha somente uma porta de saída, mas que "o dimensionamento da saída era adequado ao número de pessoas autorizado".

Ele confirmou que os bombeiros já retiraram todos os corpos do local e que eles foram levados a um ginásio da cidade onde deve ser reconhecidos por familiares. A maioria das mortes aconteceu por asfixiamento por inalação de fumaça tóxica.

O Corpo de Bombeiros faz agora trabalho de rescaldo no local e, segundo o coronel Pedroso de Melo, a Polícia Civil abrirá um inquérito para apurar as responsabilidades pela tragédia.

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