Brasil

"Boa sorte para você que vai julgar apenas caixa 1", diz Benjamin

O relator das ações que pedem a cassação da chapa Dilma-Temer rebateu os colegas que afirmaram que não iriam analisar se houve caixa 2 nas eleições de 2014

Herman Benjamin: "Para analisar caixa 1, não precisamos de TSE" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Herman Benjamin: "Para analisar caixa 1, não precisamos de TSE" (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de junho de 2017 às 16h25.

Brasília - O ministro Herman Benjamin, relator das ações que pedem a cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), rebateu os colegas que afirmaram mais cedo que não iriam analisar se houve prática de caixa 2 nas eleições de 2014.

Os ministros Admar Gonzaga Neto e Tarcísio Vieira disseram, na sessão realizada pela manhã, que não iriam se manifestar sobre a "fase da Odebrecht" no julgamento porque ela se referia ao uso de dinheiro não contabilizado, e não às doações oficiais recebidas pela chapa.

Ao retomar seu voto na tarde desta quinta-feira, 8, o relator questionou esse posicionamento, disse que o uso de recursos ilícitos estava registrado na petição inicial impetrada pelo PSDB, e desejou "boa sorte" para quem não iria analisar a questão de caixa 2.

"Para analisar caixa 1, não precisamos de TSE", afirmou.

Segundo ele, a ação dos tucanos registrava que a campanha de Dilma e Temer havia sido financiada com recurso de propina.

"Eu não estou parafraseando, eu estou lendo a petição inicial", disse.

Admar reagiu e disse que a fala do relator era para constrangê-lo. Herman rebateu e disse que não estava ali para isso.

"Se se constrangerem será pelos seus atos", disse.

Ao começar a ler o seu voto, o ministro disse que não iria discutir 12 imputações de abuso de poder econômico, 6 imputações de abuso de poder político, outras 3 de abuso político e econômico, e que iria concentrar a sua argumentação sobre gastos ilícitos.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffEleições 2014JustiçaMichel TemerTSE

Mais de Brasil

Governo Lula se preocupa com o tom usado por Trump, mas adota cautela e aguarda ações práticas

Lula mantém Nísia na Saúde, mas cobra marca própria no ministério

Justiça nega pedido da prefeitura de SP para multar 99 no caso de mototáxi

Carta aberta de servidores do IBGE acusa gestão Pochmann de viés autoritário, político e midiático