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BNDES pede assembleia da JBS para discutir comando da empresa

O banco é sócio minoritário da companhia comandada pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, com 21,3% das ações

JBS: desde a delação de Joesley Batista, o grupo JBS chegou a perder R$ 3,5 bilhões em valor de mercado (Ueslei Marcelino/Reuters)

JBS: desde a delação de Joesley Batista, o grupo JBS chegou a perder R$ 3,5 bilhões em valor de mercado (Ueslei Marcelino/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 14 de julho de 2017 às 19h19.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pediu a convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) do grupo JBS, com objetivo de discutir o comando da empresa.

O banco é sócio minoritário da companhia comandada pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, com 21,3% das ações.

Segundo o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, a AGE deverá acontecer em breve.

A informação foi dada por Rabello nesta sexta-feira (14), durante coletiva para o lançamento do Livro Verde - Nossa História Tal Como Ela É, que destaca as principais atividades do banco no período de 2001 a 2016.

Por conta da delação premiada de Joesley, em 17 de maio, o grupo JBS chegou a perder R$ 3,5 bilhões em valor de mercado, causando prejuízo ao BNDES e a outros acionistas minoritários, incluindo a Caixa Econômica Federal, que detém 4,9% das ações.

Questionado se o banco iria pedir o afastamento dos irmãos Batista da JBS, o presidente confirmou que o assunto será colocado em pauta na AGE.

"Isso é um assunto que é interna corporis [resolvido internamente] dos sócios, nem eu posso responder. Porque nós estamos agindo em bloco [com outros minoritários]. A AGE foi solicitada e ela deve ser marcada nos próximos dias. Eu defendo o melhor para a companhia. Será jogado em pauta [na AGE], mas não com o termo que foi utilizado [destituição], porque destituir a gente destitui é rei", afirmou Paulo Rabello.

Ele explicou que o motivo da convocação da AGE é realizar uma apuração sobre o que ocorreu na JBS após a delação de Joesley, que impactou negativamente nas ações empresas na bolsa de valores.

"Não significa dizer que a gente tem qualquer parti pris [do francês, opinião preconcebida] de que o administrador causou qualquer dano. Mas o que é fundamental é que se haja uma apuração. Isso é o que o Brasil quer que seja feito, por que ele [o país] é investidor na companhia. Queda de preço [de ações] momentâneo não é prejuízo, quando a ação sobe também não é lucro. Governança profissionalizada é um objetivo do banco", disse Paulo Rabello.

Livro Verde

Entre os assuntos abordados no Livro Verde, está o aumento da participação das micro, pequenas e médias empresas (MPME) nos empréstimos do banco.

No período entre 1996 e 2000, essa participação foi menos de 15% do total, alcançando uma média de 32% entre 2011 e 2016.

Também no setor da agropecuária, que respondia por menos de 3% do total de empréstimos em 2010, houve forte crescimento, passando para 18% do total, em 2016.

Os desembolsos médios totais do banco no país para o setor de infraestrutura, entre 2011e 2016, foi de R$ 2,3 bilhões por ano no setor de rodovias, R$ 2,1 bilhões em ferrovias, R$ 1,4 bilhão em portos e hidrovias e R$ 1,3 bilhão em infraestrutura aeroportuária.

Também houve desembolso médio anual de R$ 4,1 bilhões para obras de mobilidade urbana.

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