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BNDES liberará linha de crédito de R$ 1 bilhão para financiar troca de caminhões, diz Alckmin

Vice-presidente e ministro também afirmou que pedirá extensão do programa Renova Frota

Alckmin: BNDES liberará linha de crédito de R$ 1 bilhão para financiar troca de caminhões (Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Alckmin: BNDES liberará linha de crédito de R$ 1 bilhão para financiar troca de caminhões (Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 22 de agosto de 2023 às 17h14.

Última atualização em 22 de agosto de 2023 às 19h14.

O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) decidiu liberar R$ 1 bilhão em crédito para financiamento da compra de novos caminhões e ônibus, disse o vice-presidente Geraldo Alckmin. Os empréstimos serão feitos pelo Finame, programa do banco direcionado ao financiamento de máquinas e equipamentos.

"O BNDES não pode financiar bem de consumo, mas bem de capital. O caminhão não é para consumo, é para trabalho, para gerar renda. O financiamento, vai ser, foi decidido hoje, de R$ 1 bilhão inicial, e com Selic. Se eu fizer o financiamento a 13,25%, e a Selic cair, o juro do empréstimo cai junto, automaticamente”, disse Alckmin. Ele fez o anúncio durante um evento em Araçariguama, no interior de São Paulo, nesta terça-feira, 22.

Ele disse também que pedirá a extensão do prazo do programa Renova Frota, que dá créditos fiscais de até R$ 80 mil para a troca de caminhões e ônibus com mais de 20 anos. A iniciativa é temporária e vale inicialmente até o começo de outubro ou até se esgote o total de R$ 700 milhões de crédito para caminhões e de R$ 300 milhões para ônibus.

Neste momento, não há planos de liberar mais dinheiro para o programa, segundo o vice-presidente, nem de retomar descontos para carros de passeio, como adotado em junho.

Parceria para aposentar caminhões velhos

No evento, foi anunciado também uma parceria das empresas Gerdau, Vamos e Volkswagem Caminhões e Ônibus para acelerar a retirada de caminhões velhos das ruas e facilitar a implantação do programa do governo.

As concessionárias do grupo Vamos, como as redes Transrio e Tietê, passaram a comprar os veículos dos proprietários e pagá-los em dinheiro, para ajudar a resolver um dos gargalos do programa: poucos donos de caminhões antigos têm condições de financiar um modelo zero km, que pode custar dez vezes mais. 

Caminhão antigo que será reciclado pela Gerdau (Vamos/Divulgação)

Para caminhões, o Renova Frota dá vouchers de R$ 33 mil a R$ 80 mil para quem tirar de circulação caminhões com mais de 20 anos de fabricação. O desconto pode ser usado para abater impostos na compra de modelos novos, pois dá créditos fiscais às montadoras.

Para obter o desconto, é preciso dar baixa do veículo antigo no Detran e enviá-lo para ser desmontado e reciclado. A empresa sucateadora emite um certificado de que aquele caminhão foi desmobilizado e esse documento permite o acesso ao benefício fiscal. No entanto, o desconto obtido é pequeno perto do valor de um caminhão novo: um modelo zero km de ponta pode chegar a custar R$ 800 mil. 

"A maioria dos donos de caminhões com mais de 20 anos são autônomos, que acabam ficando reféns do veículo, pois tem dificuldade para vendê-lo no mercado e não tem condições para financiar ou pagar as parcelas de um veículo zero", comenta Gustavo Couto, CEO da Vamos. “Com um caminhão velho, também acabam pegando os piores fretes.”

A Vamos passou então a comprar os caminhões antigos dos donos e pagar o valor do desconto a eles em dinheiro. Até agora, foram compradas 140 unidades. Além disso, criou um programa para facilitar o financiamento de caminhões seminovos. “O caminhoneiro tem um ganho ao trocar um veiculo de 30 anos por um de 10, que ele consegue pagar”, diz Couto.

Em seguida, a Vamos encaminha os veículos para serem desmontados pela Gerdau e, com o certificado de desmonte, consegue obter desconto para comprar unidades novas junto à Volkswagen.

Couto, do Vamos, avalia que os R$ 700 milhões devem permitir a retirada de um total entre 10 mil e 12 mil caminhões antigos das estradas. No entanto, ele aponta que há cerca de 1,5 milhão de unidades sendo usadas por autônomos, e que a maioria delas tem mais de duas décadas. A idade média da frota de caminhões no país é de 20 anos, o dobro do registrado nos Estados Unidos e na Europa.

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