Brasil

Blatter diz que Brasil queria sediar Copa em 17 estádios

Segundo presidente da Fifa, foi o governo brasileiro quem decidiu levar a Copa para lugares como Manaus, e não a federação


	Joseph Blatter:  Fifa indicou para a CBF que queria entre oito e dez estádios para sediar a Copa
 (Fabrice Coffrini/AFP)

Joseph Blatter:  Fifa indicou para a CBF que queria entre oito e dez estádios para sediar a Copa (Fabrice Coffrini/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de maio de 2014 às 12h51.

Genebra - O presidente da Fifa, Joseph Blatter, revelou que o Brasil chegou a propor a construção de 17 estádios para sediar a Copa do Mundo de 2014, duas vezes mais que a exigência da entidade.

Em uma entrevista ao jornal suíço Le Temps publicada neste sábado, Blatter alerta que foi o governo brasileiro quem decidiu levar a Copa para lugares como Manaus, e não a Fifa. Apesar de se dizer "um pouco nervoso", ele garante que "tudo estará pronto".

Em 2007, a Fifa indicou para a CBF que queria entre oito e dez estádios para sediar a Copa. Mas o governo e a CBF acabaram convencendo a Fifa a realizar o Mundial em doze estádios, o que tornou o Brasil a Copa mais cara da história.

Ao distribuir a Copa em doze sedes, o Brasil ainda criou problemas logísticos para seleções e torcedores. Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, chegou a alertar que os torcedores seriam os que mais sofreriam com a Copa.

Blatter, porém, agora revela que o plano era ainda mais ambicioso. "No início, eles (brasileiros) queriam construir 17 estádios", disse. Segundo ele, a Fifa conseguiu convencer o País a reduzir esse número para 12.

Nos bastidores da Fifa, dirigentes revelam à Agência Estado que a distribuição das sedes foi uma decisão política, tomada pelo governo brasileiro em conjunto com o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira.

Sobre levar a Copa para Manaus e construir um estádio que será pouco utilizado depois, Blatter faz questão de jogar a responsabilidade para as autoridades brasileiras. "Essa não foi uma decisão da Fifa de jogar em Manaus, mas do governo brasileiro", insistiu. Mas ele apontou que o prefeito de Manaus o garantiu que, depois da Copa, seu estádio será utilizado para outras atividades. "Ele não será um elefante branco".

Blatter deu claros sinais de que a temperatura em Manaus não o preocupa, apesar de o sindicato de atletas ter até mesmo entrado na Justiça contra os horários dos jogos. "Os jogadores profissionais jogam no frio, na neve, em todas as condições. Não será a umidade que os vai afetar", disse. O presidente da Fifa confirmou que os jogos poderão ser interrompidos para que os jogadores possam "respirar beber alguma coisa".

Faltando menos de 20 dias para a Copa, Blatter também revela seu estado de espírito. "Eu não estou estressado, mas um pouco nervoso, como um ator antes de subir no palco", declarou. Blatter garante que não está preocupado com os atrasos no Brasil. "Será minha 10.ª Copa do Mundo e sempre existem preocupações três semanas antes da competição", disse. Na Itália, em 1990, ele lembra que os organizadores estavam colocando os assentos nos estádios um dia antes do início da competição. "No Brasil, tudo ficará pronto. Os estádios já foram utilizados. Fizemos ensaios". disse.

Corrupção

Blatter ainda anunciou que os investidores independentes da Fifa devem concluir antes ou durante a Copa do Mundo um informe sobre o que de fato ocorreu com a escolha da Copa de 2022 no Catar.

Segundo Blatter, tanto ele quanto Valcke foram interrogados pelo investigador, o americano Michal Garcia. Outros membros do Comitê Executivo também foram alvo de interrogatórios, depois das indicações de que o Catar poderia ter comprado votos. Entre os dirigentes esportivos que votaram pelo Catar está Ricardo Teixeira.

Acompanhe tudo sobre:Copa do MundoEsportesEstádiosFifaFutebolJoseph Blatter

Mais de Brasil

Apesar da alta, indústria vê sinal amarelo com cenário de juros elevado, diz economista do Iedi

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência