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"Big Brother" da polícia entra em ação com 112 câmeras

Sistema 'Detecta' da Secretaria de Segurança Pública terá acesso à 112 câmeras e um banco de dados com informações da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros


	Polícia Militar de São Paulo aborda moradores em São Paulo: segurança agora com ajuda de câmeras
 (Marcelo Camargo/ABr)

Polícia Militar de São Paulo aborda moradores em São Paulo: segurança agora com ajuda de câmeras (Marcelo Camargo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2014 às 22h23.

São Paulo - Com 112 câmeras e um banco de dados com informações do 190 da Polícia Militar e do 193 do Corpo de Bombeiros, entrou em operação o sistema 'Detecta' da Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) assinou o decreto que permite que a pasta comece a acessar os dados na manhã desta terça-feira, 12, no Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), no Bom Retiro, na região central.

O tucano estava acompanhado do secretário estadual de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira.

Durante o ato também foi autorizado que o Estado faça convênios com empresas públicas, prefeituras e o setor privado para ampliar a quantidade de câmeras no sistema.

Hoje, em todo o Estado, a Polícia Militar tem 418 câmeras, sendo que 352 delas estão na capital.

"Nossa proposta é dobrar, mais de 1 mil câmeras de vídeo do governo. Agora, a possibilidade de câmeras do setor privado é muito maior", disse Alckmin.

Ainda de acordo com ele, entradas e saídas de regiões metropolitanas no Estado, como Campinas e a própria Grande São Paulo, serão monitoradas.

Nas próximas semanas, novas informações de segurança públicas serão inseridas no sistema.

Os bancos de dados da Polícia Civil como o Registro Digital de Ocorrências (RDO) e o Sistema de Informações Sobre o Crime (Infocrim), além do Fotocrim (banco de dados com imagens) da Polícia Militar farão parte do sistema.

"Nós queremos que no início do ano que vem nós tenhamos vários bancos de dados integrados", afirmou o secretário Grella. Ele espera que o 'Detecta' auxilie a reduzir as estatísticas da criminalidade.

"Temos expectativa muito forte de que nos próximos meses vamos começar a assistir a redução dos indicadores", afirmou.

De acordo com ele, cada agente de segurança terá acesso a um determinado tipo de informação.

"Uma delegacia que apura crimes como enriquecimento ilícito pode ter acesso a informações patrimoniais, da Receita Federal", explicou.

No entanto, segundo Grella, a Polícia Militar pode ter informações em tempo real de outras delegacias especializadas.

Ocorrências

A partir de agora, apenas com as informações do 190 e 193, uma viatura que for deslocada para atender um chamado de disparo de arma de fogo, por exemplo, terá informações por rádio das ocorrências que aconteceram recentemente na região.

No futuro e equipados de tablets com internet de alta velocidade, conforme novos bancos de dados forem colocados no 'Detecta', esse mesmo policial poderá saber em tempo real, entre outras informações, se na região há suspeitos que estão sendo investigados por outros crimes ou foragidos da Justiça.

O policial também terá acesso as imagens do sistema para confrontar informações em locais de ocorrência.

"Essa informação é pública. Se houve um boletim de ocorrência houve ação penal pública, não é intimidade e privacidade da pessoa. Quem responde a um processo por porte ilegal de arma é público e o policial tem que saber", explicou Grella.

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