O papa Bento XVII: ele escolheu, entre uma série de cidades-candidatas, o Rio de Janeiro para sediar a Jornada Mundial da Juventude. (Franco Origlia/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 26 de fevereiro de 2013 às 12h40.
Brasília – A relação entre o Brasil e a Santa Sé é considerada excelente pelo embaixador do Brasil na Santa Sé, Almir Franco de Sá Barbuda. O diplomata destacou que Bento XVI demonstrou interesse e conhecimento sobre o Brasil. Sá Barbuda lembrou que o papa esteve uma vez em São Paulo e em Aparecida, em 2007, assinou um acordo jurídico com o Brasil, em 2008, e escolheu o Rio de Janeiro para sediar a Jornada Mundial da Juventude, marcada para julho deste ano.
“As relações [da Santa Sé] com o Brasil, como sempre foram, continuam excelentes”, disse o embaixador, informando que o papa “sempre demonstrou simpatia” pelo Brasil. De acordo com Sá Barbuda, na conversa com o papa, ele mostrou estar preocupado com a “expansão das seitas no Brasil e na Amazônia”.
“Eu falei com ele rapidamente [em janeiro] e disse do prazer que nós [brasileiros] tínhamos [com a Jornada Mundial da Juventude] e que o povo brasileiro estava orgulhoso de recebê-lo para a jornada. Ele confirmou que estava muito contente de voltar ao Brasil. Até ali ninguém podia imaginar a reviravolta que aconteceu neste mês”, ressaltou o embaixador.
O embaixador descreveu sua impressão sobre o papa. “Bento XVI sempre manifestou um especial apreço pelo Brasil. Nós nos lembramos quando ele escolheu Aparecida para sediar a Conferência Episcopal Latino-americana, em 2007. Depois, ele novamente escolheu, entre uma série de cidades-candidatas, o Rio de Janeiro para sediar a Jornada Mundial da Juventude”, disse.
Sá Barbuda é embaixador na Santa Sé desde outubro de 2011, quando conversou, pela primeira vez, com o papa. “Conversando com ele, por pelo menos meia hora, pude ver a clareza, a generosidade e a inteligência do papa”, ressaltou. “Eu o admiro muito por sua coragem.”
Bento XVI, de 85 anos, anunciou no começo deste mês sua decisão de renunciar. Ele alegou problemas de saúde e a idade avançada. Após sua renúncia será aberto o período para a definição do sucessor. A escolha será feita por 115 cardeais.