Aldemir Bendine: ex-presidente da Petrobras tem depoimento marcado para esta segunda-feira (Sergio Moraes/Reuters)
EXAME Hoje
Publicado em 31 de julho de 2017 às 06h14.
Última atualização em 31 de julho de 2017 às 07h50.
Preso na última quinta-feira 27, o ex-presidente da Petrobras Aldemar Bendine tem depoimento marcado para esta segunda-feira, onde se justifica das acusações de corrupção. O executivo chefiou a estatal de fevereiro de 2015 a maio de 2016. Com a Operação Lava-Jato já em curso, portanto, teria recebido 3 milhões de reais da Odebrecht para que não prejudicasse a empreiteira em contratos futuros da Petrobras.
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Os pagamentos, segundo delatores da empresa, foram realizados pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht em junho e julho de 2015, em três parcelas de 1 milhão, logo no início da gestão Bendine na petroleira. Segundo o Ministério Público Federal, não era a primeira vez que o executivo e o setor de propina da empreiteira debateram repasses ilegais. Bendine foi presidente do Banco do Brasil de 2009 a 2015 e chegou a pedir 17 milhões de reais a Marcelo Odebrecht para facilitar o pagamento de dívida da Odebrecht Agroindustrial. O empreiteiro negou o repasse.
Quando chegou à Petrobras, o poder de barganha de Bendine, e a empreiteira, segundo as investigações, topou pagar os 3 milhões de reais. O ex-presidente da estatal justifica o valor como consultoria e tentou recolher os impostos para dar aparência de legalidade ao recebimento, de acordo com o Ministério Público Federal. “Não foi apresentado nenhum material relativo à alegada consultoria e não foi explicado o destino de valores, a forma oculta do recebimento, a ausência de contrato escrito para serviços de valor milionário e o motivo da diminuição”, diz a procuradoria.
Dois operadores ligados a Bendine, André Gustavo e Antônio Carlos Vieira da Silva, seriam os recebedores. A dupla também foi presa na 42ª fase da Lava-Jato e convocada a falar à Polícia Federal nesta segunda. Todos eles têm muito o que explicar.