Beltrame: Beltrame afirmou que a acusação é "fantasiosa" (Marino Azevedo/Governo do Rio de Janeiro/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 29 de abril de 2018 às 14h22.
Última atualização em 30 de abril de 2018 às 13h32.
Rio - O ex-secretário de Segurança do Estado do Rio José Maria Beltrame divulgou nota na manhã deste domingo, 29, negando todo e qualquer envolvimento com o esquema de corrupção do governo de Sérgio Cabral.
Em delação premiada homologada pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), o economista e ex-secretário de governo do Rio Carlos Miranda acusou Beltrame de receber mesada de R$ 30 mil, segundo reportagem exclusiva publicada hoje pelo jornal O Globo. Beltrame afirmou que a acusação é "fantasiosa".
"É com surpresa e desgosto que recebo a informação de que meu nome foi citado numa delação premiada. O delator, pessoa que mal conheço e que corre sério risco de passar os próximos 20 anos na cadeia, afirma que minha família recebeu "mesadas" por eu estar no Governo. É tudo o que sei, e pela imprensa", escreveu Beltrame na nota.
"O denuncismo não é novidade para mim. Por dois anos fui inquilino de Paulo Roberto, assessor do então governador Sérgio Cabral. Este assessor é agora citado como o intermediário que teria recebido as tais "mesadas" em meu nome. Oportunistas de plantão - em especial o ex-governador Garotinho - usaram e abusaram dessa história do imóvel, tentando fazer de meu inquilinato uma prova contra minha honestidade."
Na nota, Beltrame conta ainda que já foi caluniado outras vezes, mas conseguiu se defender. "Com os recibos dos aluguéis e minhas declarações de Imposto de Renda, venci todas as ações no Judiciário, com direito a indenizações reparatórias. Nunca recebi um centavo, embora seja direito meu. Uma Justiça que ainda não veio. E agora esta história de "mesada", fabricada por alguém que está coagido e, sabe-se lá por que, usando meu nome para jogar fumaça sobre os próprios dramas."
O ex-secretário de segurança disse ainda que a acusação é fantasiosa.
"Venho a público me defender, pensando principalmente nas pessoas que apoiaram, ajudaram, incentivaram e que, mesmo quando divergiam, mantinham uma relação respeitosa com meu trabalho. Que a política tenha sido contaminada pela sanha da corrupção, nos resta lamentar, punir e corrigir. Mas quero me dirigir, olhos nos olhos, àquelas pessoas que confiam na minha integridade. Quero garantir a elas que esta acusação, além de fantasiosa, não tem pernas. São as únicas metáforas que encontrei para substituir o já tão desgastado 'absurdo'."