2º - Serra Leoa: 13,3% (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 6 de abril de 2016 às 09h53.
Bruxelas - Uma delegação do Centro Mundial de Diamantes da Antuérpia ministra até sexta-feira no Brasil um curso de formação no setor a 16 trabalhadores do Ministério de Minas e Energia, confirmou nesta quarta-feira à Agência Efe a porta-voz da instituição belga, Margaux Donckier.
Este curso, de duas semanas de duração, tem a pretensão de que o Brasil possa aplicar adequadamente os requerimentos do Processo de Kimberley, que regula o comércio mundial destas pedras preciosas para evitar o negócio com os chamados "diamantes de sangue" obtidos em zonas de conflito mediante práticas ilegais, como o uso de escravos.
O método de ensino consiste, entre outras coisas, em explicações teóricas e uma parte prática, na qual capacitará os funcionários para reconhecer e analisar os diamantes brutos e poder determinar com precisão a origem e o valor da pedra, explicou a organização.
Com esta formação, também procura-se estreitar laços entre Antuérpia -a capital mundial do diamante- e o Brasil como desejo de levar a produção destas pedras preciosas das minas brasileiras finalmente rumo à cidade belga, garantiu a empresa em comunicado .
O Brasil ocupa atualmente a 18ª posição em produção de diamantes, com uma produção anual de cerca de 57 mil quilates que equivalem a US$ 2,7 milhões e dos quais mais da metade são exportados aos Emirados Árabes Unidos, segundo dados do Centro Mundial de Diamantes de Antuérpia.
Embora atualmente a produção seja artesã e siga um tipo de exploração aluvial, a descoberta nos últimos anos de 50 minas potenciais atraiu o setor de diamantes da Antuérpia, que vê no país brasileiro um novo parceiro.
Os especialistas belgas pretendem reverter a dinâmica atual e conseguir a importação de quase 225 mil quilates de diamantes por ano desde a mina de Lipari, a única inteiramente de kimberlite -uma rocha vulcânica que às vezes contém diamantes- no Brasil.
"As 50 minas descobertas são um território literalmente desconhecido", disse a porta-voz, que explicou que a Antuérpia espera que após pôr à disposição seus conhecimentos e experiência para desenvolver o potencial do Brasil, consiga levar as pedras brasileiras à Bélgica uma vez que comece a produção.