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BC trabalha para manter funcionalidade do mercado, diz Ilan

O presidente do Banco Central não quis comentar possíveis efeitos da atual crise política sobre a Selic, taxa básica de juros da economia

Ilan Goldfajn: o presidente do BC chegou no final da tarde ao Ministério da Fazenda para uma reunião com o ministro Henrique Meirelles (Adriano Machado/Reuters)

Ilan Goldfajn: o presidente do BC chegou no final da tarde ao Ministério da Fazenda para uma reunião com o ministro Henrique Meirelles (Adriano Machado/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 18 de maio de 2017 às 20h30.

O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, disse hoje (18) que a autoridade monetária está trabalhando para manter a funcionalidade do mercado.

Goldfajn chegou no final da tarde ao Ministério da Fazenda para uma reunião com o ministro Henrique Meirelles.

"Estamos fazendo nosso papel de manter a funcionalidade do mercado trabalhando de forma serena, de forma firme, usando os instrumentos que a gente tem. Nós estivemos intervindo no mercado de swaps [leilão de dólares] em coordenação com o Ministério da Fazenda e o Tesouro Nacional, que anunciou alguns leilões. Estamos trabalhando para atravessar esse período", disse.

O presidente do BC não quis comentar possíveis efeitos da atual crise política sobre a Selic, taxa básica de juros da economia, atualmente em um ciclo de queda e que caiu um ponto percentual, para 11,25%, na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em abril.

"A questão que estamos trabalhando hoje não tem relação mecânica e direta com a política monetária. A política monetária é uma decisão que será tomada nas reuniões ordinárias do Copom, baseada nos objetivos tradicionais do comitê", disse Goldfajn.

A próxima reunião do comitê ocorre em 30 e 31 de maio.

Ontem (17), antes de uma reportagem de O Globo antecipar a divulgação de parte do conteúdo da delação dos empresários Joesley Batista e Wesley Batista, donos do grupo JBS, dar início a uma crise política envolvendo o presidente da República, Michel Temer, e o senador tucano Aécio Neves (PSDB-MG), Goldfajn chegou a sinalizar que o Copom poderia intensificar o ritmo de redução dos juros.

O encontro com Goldfajn não estava na agenda de Meirelles, divulgada por volta das 20h de ontem (17) e foi incluído no fim da manhã de hoje (18), substituindo uma reunião com o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), que foi desmarcada.

Intervenções

O BC fez hoje quatro leilões de swap cambial tradicional, o que equivale à venda de dólares no mercado futuro e ajuda a segurar a alta ou forçar uma queda da moeda.

Tanto o BC quanto o Tesouro Nacional divulgaram notas pela manhã afirmando que estavam monitorando os mercados.

O dólar nesta quinta-feira fechou com alta de 7,9%.

O Tesouro também atrasou a abertura do Tesouro Direto "devido à forte volatilidade nas taxas de juros dos títulos públicos".

Por volta das 10h, o Tesouro informou que, também em razão da volatilidade no mercado, não realizaria leilões de venda de Letras do Tesouro Nacional (LTN) com vencimentos em abril de 2018 e 2019 e em julho de 2020.

Houve ainda o cancelamento do leilão de Letras Financeiras do Tesouro Nacional (LFT) com vencimento em março de 2023.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) chegou a paralisar as atividades no início do pregão desta quinta-feira.

As operações foram suspensas por meia hora a partir do mecanismo do circuit breaker, que amortece movimentos bruscos do mercado.

A paralisação ocorre sempre que o Ibovespa cai mais do que 10%. Na abertura desta manhã, índice da bolsa chegou a cair 10,6%.

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