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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.
Brasília - O chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Altamir Lopes, disse hoje que a tendência da inadimplência para pessoa física no crédito livre é de queda, já que os atrasos inferiores a 90 dias estão caindo. Apenas os atrasos no pagamento em operações de crédito acima deste prazo são considerados como inadimplência.
No caso das empresas, Altamir avalia que futuramente pode haver alguma elevação, já que os atrasos inferiores a 90 dias estão estáveis há muito tempo, sem demonstrar trajetória de queda.
Em entrevista sobre os dados de crédito divulgados hoje pelo BC, Altamir também atribuiu a elevação do spread bancário (diferença entre a taxa de captação e o efetivamente cobrado do cliente final) para as empresas a um movimento de migração das pessoas jurídicas para o financiamento com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Segundo ele, as grandes companhias, que têm um menor nível de risco, estão tomando crédito com o banco estatal - cujo crescimento em 12 meses já chega a 45% -, enquanto a carteira de crédito que permanece com os bancos privados teria um nível de risco maior, provocando um custo maior de financiamento.
Ele considerou como "improvável" a hipótese de que as instituições financeiras simplesmente estariam elevando suas margens de lucros ao subir os spreads. Altamir disse ainda que a elevação da taxa média de juros para pessoa jurídica ocorreu principalmente por causa de duas modalidades: desconto de duplicatas e conta garantida.
A primeira registrou taxa de 41,1% ao ano no mês passado, ante 38,4% em julho. Já a conta garantida subiu 6,8 pontos porcentuais de um mês para o outro, atingindo a taxa de 91,8% ao ano, a mais alta desde abril de 1999. Segundo Altamir, movimentos pontuais de empresas também ajudam a explicar a alta no custo médio do crédito livre para empresas.
O técnico avaliou que a alta dos juros e do spread para as empresas no mês passado não representa uma tendência. Segundo ele, o mês de agosto já traz sinais de estabilização. Embora também não espere uma redução dos custos no curto prazo, para o horizonte de médio prazo (a partir do ano que vem), Altamir enxerga uma tendência de redução das taxas cobradas das empresas.
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