Brasil

BC quer reduzir custo do crédito no médio e longo prazo

Presidente do BC Ilan Goldfajn afirmou que a redução do spread faz parte das reformas microeconômicas do governo

Ilan Goldfajn: "estamos procurando a redução estrutural e sustentável do custo de crédito" (Lula Marques/Bloomberg)

Ilan Goldfajn: "estamos procurando a redução estrutural e sustentável do custo de crédito" (Lula Marques/Bloomberg)

AB

Agência Brasil

Publicado em 7 de fevereiro de 2017 às 12h43.

O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, disse hoje (7) que o governo quer reduzir o custo do crédito, no médio e longo prazo, de forma estrutural e sustentável. Goldfajn participou do Painel Projeto Spread Bancário, no BC em Brasília, para discutir sobre o atual custo do crédito no país.

"Estamos procurando a redução estrutural e sustentável do custo de crédito. Estrutural para serem medidas que de fato levam à queda do custo. E sustentável porque não queremos mais experimentos voluntaristas que levam à queda e depois, a gente sabe, volta", disse.

Goldfajn afirmou que a redução do spread (diferença entre a taxa de captação de recursos pelos bancos e a cobrada dos clientes nos empréstimos) faz parte das reformas microeconômicas do governo para aumentar a eficiência e produtividade da economia.

Ele acrescentou que há atualmente no BC um grupo de trabalho para debater o assunto e, assim que as medidas estiverem "minimamente maduras", serão anunciadas.

O presidente do BC informou que o spread médio do período de 2011 a 2016 era composto por 53,5% de inadimplência, 23,8% de lucros, 5,1% de custos administrativos, 15,8% de impostos diretos e 1,8% de compulsórios e encargos fiscais.

Goldfajn enfatizou que quando a garantia do empréstimo é melhor, o spread fica menor. Ele citou como exemplo o crédito consignado, que tem spread menor, devido à garantia de que as parcelas dos empréstimos são pagas, já que são descontadas em folha de pagamento. Por isso, o presidente do BC defendeu que as medidas relacionadas ao spread têm que trazer mais segurança ao sistema.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCréditoeconomia-brasileiraGovernoIlan Goldfajn

Mais de Brasil

Justiça nega pedido da prefeitura de SP para multar 99 no caso de mototáxi

Carta aberta de servidores do IBGE acusa gestão Pochmann de viés autoritário, político e midiático

Ministra interina diz que Brasil vai analisar decisões de Trump: 'Ele pode falar o que quiser'

Bastidores: pauta ambiental, esvaziamento da COP30 e tarifaço de Trump preocupam Planalto