Com a liquidação, os bens dos controladores e ex-administradores do Rural, um total de 18 pessoas, ficam indisponíveis (RAFAEL NEDDERMEYER)
Da Redação
Publicado em 3 de agosto de 2013 às 11h37.
Brasília - Epicentro do chamado "núcleo financeiro" do mensalão, o Banco Rural teve na noite desta sexta-feira sua liquidação decretada pelo Banco Central. A instituição, controlada pela família Rabello, apresentava comprometimento da situação econômico-financeira. Em 2005, o banco foi acusado de abrir e manter contas de pessoas e empresas ligadas ao maior escândalo de corrupção da história do País.
O BC ressaltou também a existência de "graves violações" às normas legais e de estatuto do setor e os "sucessivos prejuízos" como motivos para a ação. Ao apresentar recorrentemente balanços no vermelho, a instituição sujeitava os credores a um "risco anormal". Segundo o BC, pesou também na tomada de decisão, a falta de um plano viável para a recuperação da situação do banco.
Com a ação, os bens dos controladores e ex-administradores do Rural, um total de 18 pessoas, ficam indisponíveis. A liquidação atinge ainda as demais empresas que fazem parte do conglomerado financeiro: o Banco Rural de Investimentos S/A; o Banco Rural Mais; o Banco Simples; e a Rural DTVM.
Ao contrário do que acontece usualmente com instituições em dificuldade, o BC optou desta vez por decretar a liquidação diretamente, sem passar antes pelo trâmite burocrático de intervenção na instituição financeira. Segundo fontes com conhecimento do processo, metade dos depósitos do Rural será coberta pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC).