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BC bloqueia R$ 3,2 mi de Duque e R$ 8,5 mi de Soares

Ex-diretor de Serviços e Engenharia da Petrobras Renato Duque e Fernando Antonio Falcão Soares, operador do PMDB são investigados na Operação Lava Jato


	Polícia Federal: Duque é apontado pela polícia como responsável do PT pela cobrança de propina dentro da Petrobras
 (Arquivo/Agência Brasil)

Polícia Federal: Duque é apontado pela polícia como responsável do PT pela cobrança de propina dentro da Petrobras (Arquivo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 20 de novembro de 2014 às 17h04.

Curitiba e São Paulo - A Justiça Federal conseguiu bloquear R$ 3,2 milhões em uma conta do ex-diretor de Serviços e Engenharia da Petrobras, Renato Duque - nome do PT no esquema-alvo da Lava Jato, além de R$ 8,5 milhões nas contas de duas empresas do operador do PMDB, Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano, e ainda R$ 10,2 milhões em duas contas do presidente da UTC Engenharia, Ricardo Ribeiro Pessoa, apontado pela Polícia Federal como coordenador do 'clube' de empreiteiras que formaram cartel para fraudar contratos com a estatal petrolífera.

O embargo de valores dos investigados foi decretado pelo juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato. A ordem foi transmitida para o Banco Central, que mantém um sistema próprio de identificação imediata de contas nas instituições financeiras de pessoas físicas e jurídicas. Sérgio Moro determinou que fossem bloqueados até R$ 20 milhões das contas de cada investigado por formação de cartel, corrupção, fraudes em contratos e lavagem de dinheiro na Lava Jato.

Duque, preso desde a última sexta-feira, 14, na Sede da Polícia Federal em Curitiba, é apontado como responsável do PT pela cobrança de propina dentro da Petrobras. Por meio da Diretoria de Serviços, o partido ficava com 2% de todos os contratos da estatal, segundo afirmaram os delatores do processo Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento, e Alberto Youssef, doleiro.

Em uma conta que ele mantinha no banco Santander, foram bloqueados R$ 3.247.190,00. Duque foi apontado pelos executivos das empresas Toyo e Setal, Julio Gerin Camargo e Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, como o contato do "clube" montado pelas construtoras Camargo Corrêa, OAS, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, UTC e Engevix.

O grupo se reunia para definir obras e valores de grandes contratos públicos. Segundo os delatores, o presidente da UTC, Ricardo Pessoa, que está entre os 11 executivos presos preventivamente, era o "coordenador" do grupo. Em uma conta de Pessoa, no Citibank, foram apreendidos pela Justiça Federal R$ 10.138.792,61. Ao todo, a Justiça decretou o bloqueio de valores nas contas de 16 investigados e três empresas - ligadas ao operador do PMDB e a Duque.

O homem apontado como operador do esquema de propina e lavagem de dinheiro pelo PMDB, Fernando Baiano, havia apenas R$ 9 mil. Mas nas contas de duas de suas três empresas foram encontrados R$ 8,5 milhões. São R$ 6.561.074,71 numa conta da Hawk Eyes Administração de Bens, no banco Citibank. Na conta da Technis Planejamento e Gestão em Negócios, no banco Santander, foram bloqueados R$ 2.001.344,84.

O maior volume de dinheiro foi encontrado em cinco contas do empreiteiro Gérson de Mello Almada: R$ 22,6 milhões. Almada é vice-presidente da Engevix Engenharia. Os alvos da Lava Jato com R$ $ 47 milhões bloqueados em conta são João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa: R$ 101.604,14; Gérson de Mello Almada, vice presidente da Engevix Engenharia: R$ 22. 615.150, 27; Sérgio Cunha Mendes, vice presidente executivo da Mendes Jr: R$ 700.407,06; José Ricardo Nogueira Breghirolli, funcionário da OAS: R$ 691.177,12; Walmir Pinheiro Santana, diretor da UTC Engenharia: R$ 9.302,59; Dalton dos Santos Avancini, presidente da Construtora Camargo Corrêa: R$ 852.375,70; Eduardo Hermelino Leite, vice presidente da Camargo Corrêa: R$ 463.316,45; José Aldemário Pinheiro Filho ( Leo Pinheiro), presidente da OAS: R$ 52.357,15; Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente da UTC Engenharia: R$ 10.221.860. 68; Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor da Área Internacional da OAS: R$ 46.885; Othon Zanoide de Moraes Filho, diretor executivo da Queiroz Galvão: R$ 166.592,14; Ildefonso Colares Filho : R$ 7.511,80; Valdir Lima Carreiro, presidente da Iesa Óleo e Gás: 17 contas entre ativas e inativas com saldo zero; Érton Medeiros Fonseca, diretor presidente de Engenharia Industrial da Galvão Engenharia: 8 contas com saldo zero; Fernando Antonio Falcão Soares, Fernando Baiano: R$ 8.873,79; Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobrás: R$ 3.247.190,63; Hawk Eyes Administração de Bens (empresa de Fernando Baiano): R$ 6.561.074,71; Technis Planejamento e Gestão em Negócios: R$ 2.001.344,84; e D3TM Consultoria e Participações (empresa de Fernando Baiano): R$ 140.140,69.

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