Brasília - Uma das principais testemunhas da Operação Lava Jato, a contadora Meire Poza, que trabalhava para o doleiro Alberto Youssef, disse nesta sexta-feira, 10, que ainda há "muitas milhas" a serem percorridas na investigação, que apura desvio de recursos da Petrobras e outros órgãos públicos.
Questionada sobre a prisão dos primeiros políticos desde que a Lava Jato foi posta em curso, em março do ano passado, ela respondeu, referindo-se às demais autoridades que são alvos de inquéritos por suposto envolvimento no esquema: "Bastante gente está arrepiada até a alma. Estão com bastante medo de serem os próximos".
Documentos e depoimentos de Meire ajudaram a Polícia Federal a trilhar o caminho de recursos supostamente desviados para o ex-deputado André Vargas (sem partido, ex-PT), preso nesta sexta-feira, na 11ª fase da Lava Jato, batizada de "A Origem". Aos investigadores, ela declarou que emitiu, a pedido de Youssef, duas notas fiscais que somam R$ 2,3 milhões em favor da IT7 Sistemas, contratada por órgãos públicos como a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).
Segundo Meire, os serviços discriminados nunca foram prestados. Os documentos visariam acobertar transferência de dinheiro para o ex-deputado petista e o irmão dele, Leon Denis Vargas Ilário, também preso nesta sexta.
"Há prova, em cognição sumária, de que Alberto Youssef providenciou, em dezembro de 2013, o repasse de R$ 2.399.511,60 em espécie a André Vargas, numerário este proveniente de empresa que mantém vários contratos com entidades públicas, o que foi feito mediante emissão de notas fiscais fraudulentas por serviços que não foram prestados. Em tese, os fatos configuram crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro", escreveu o juiz Sérgio Moro no despacho em que autorizou as prisões.
Meire Poza reagiu com surpresa à notícia de que André Vargas e outros dois ex-deputados - Pedro Corrêa (PP-PE) e Luís Argôlo (SD-BA), que ela chama de Bebê Johnson - também acabaram na carceragem da PF em Curitiba: "Quem diria".
Para ela, o que está ocorrendo na atual fase da Lava Jato é inédito e contribui para que os políticos levem a PF a sério. "Mesmo para políticos, pode ter consequências. Acho que é um bom começo", comentou, assegurando que nos seus depoimentos "falou" e "provou" a verdade.
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1. Quanto cada político recebeu das empresas investigadas
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1/34 (Baris Simsek/Thinkstock)
São Paulo – A lista de políticos investigados por suspeita de envolvimento no esquema de
corrupção na
Petrobras inclui 12 senadores e 22 deputados em exercício. Destes, 19 receberam doações das empresas investigadas na
Operação Lava Jato para suas campanhas eleitorais, seja em 2014 ou em 2010. A suspeita dos investigadores é de que essas doações legais tenham sido usadas para pagamento de propina a políticos. Em depoimento, o delator Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal, afirmou que as doações são, na realidade,
“empréstimos a juros altos”. Somados, os 34 parlamentares suspeitos receberam ao menos R$ 11,2 milhões das empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção na Petrobras. Além dos congressistas, também são investigados os governadores Luiz Fernando Pezão (PMDB), do Rio de Janeiro, e Tião Viana (PT), do Acre. Veja nas fotos acima quanto cada senador e deputado recebeu.
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2. Luiz Fernando Pezão (PMDB) - Governador do Rio de Janeiro
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2/34 (Tomaz Silva/Agência Brasil)
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3. Renan Calheiros (PMDB-AL) - Senador
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3/34 (Ueslei Marcelino/Reuters)
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4. Romero Jucá (PMDB-RR) - Senador
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4/34 (AGÊNCIA BRASIL)
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5. Edison Lobão (PMDB - MA) - Senador
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5/34 (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)
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6. Valdir Raupp (PMDB-RO) - Senador
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6/34 (Geraldo Magela/Agência Senado)
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7. Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - Deputado
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7/34 (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
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8. Aníbal Gomes (PMDB - CE) - Deputado
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8/34 (Câmara dos Deputados/Diogo Xavier)
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9. Tião Viana (PT-AC) - Governador do Acre
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9/34 (Agência Brasil)
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10. Lindbergh Farias (PT-RJ) - Senador
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10/34 (Wilson Dias/ABr)
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11. Humberto Costa (PT-PE) - Senador
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11/34 (Wikimedia Commons)
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12. José Mentor (PT-SP) - Deputado
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12/34 (José Cruz/Agência Brasil)
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13. Vander Loubet (PT-MS) - Deputado
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13/34 (Flickr/Vander Loubet)
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14. Fernando Collor (PTB-AL) - Senador
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14/34 (Antonio Cruz/ABr)
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15. Ciro Nogueira (PP-PI) - Senador
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15/34 (Wikimedia Commons)
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16. Benedito de Lira (PP-AL) - Senador
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16/34 (Moreira Mariz/Agência Senado)
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17. Gladson Cameli (PP-AC) - Senador
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17/34 (Reprodução / Facebook)
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18. Nelson Meurer (PP-PR) - Deputado
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18/34 (Zeca Ribeiro/ Câmara dos Deputados)
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19. Luiz Fernando Faria (PP-MG) - Deputado
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19/34 (Divulgação)
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20. Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) - Deputado
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20/34 (Elza Fiuza/ABr)
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21. Arthur Lira (PP-AL) - Deputado
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21/34 (Luis Macedo / Câmara dos Deputados)
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22. Simão Sessim (PP-RJ) - Deputado
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22/34 (Leonardo Prado/Câmara dos Deputados)
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23. José Otávio Germano (PP-RS) - Deputado
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23/34 (Facebook/José Otávio Germano/Reprodução)
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24. Eduardo da Fonte (PP-PE) - Deputado
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24/34 (Elton Bonfim/Agência Câmara)
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25. Dilceu Sperafico (PP-PR) - Deputado
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25/34 (Divulgação)
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26. Jerônimo Goergen (PP-RS) - Deputado
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26/34 (Valter Campanato/ABr)
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27. José Afonso Hamm (PP-RS) - Deputado
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27/34 (Divulgação)
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28. Luiz Carlos Heinze (PP-RS) - Deputado
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28/34 (Divulgação/Site Oficial)
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29. Renato Molling (PP-RS) - Deputado
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29/34 (Divulgação)
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30. Roberto Balestra (PP-GO) - Deputado
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30/34 (Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados)
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31. Roberto Britto (PP-BA) - Deputado
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31/34 (Divulgação)
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32. Waldir Maranhão (PP-MA) - Deputado
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32/34 (Reprodução)
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33. Antônio Anastasia (PSDB-MG) - Senador
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33/34 (Marcos Oliveira/Agência Senado)
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34. Veja agora o que os políticos investigados têm a dizer sobre o caso
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34/34 (José Cruz/ Agência Brasil)