Aécio Neves: senador poderá ter que explicar o envolvimento de Sérgio Guerra no escândalo da Petrobras (REUTERS/Nacho Doce)
Da Redação
Publicado em 22 de outubro de 2014 às 17h39.
Brasília - O líder do PT na Câmara, Vicentinho (SP), disse nesta quarta-feira que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras não pode funcionar "em clima eleitoral".
Vicentinho, no entanto, revelou que orientou a bancada a apresentar requerimentos pedindo a convocação do senador reeleito Alvaro Dias (PSDB-PR) e do candidato a presidente Aécio Neves (PSDB), que acumula a presidência nacional do partido.
"O outro (ex-presidente nacional da legenda Sérgio Guerra) morreu, mas a responsabilidade é a mesma", afirmou.
De acordo com o líder do PT na Câmara, todos os supostos envolvidos no esquema e que foram denunciados no processo de delação premiada - até mesmo o secretário de Finanças e Planejamento da sigla, João Vaccari Neto - precisam prestar esclarecimentos à CPMI.
"Para nós, o que interessa é a verdade sobre todos, independente da eleição", disse.
Vicentinho classificou como "besteira" as acusações da oposição de que o diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, "manobrou", sob orientação do Palácio do Planalto, para não depor nesta quarta-feira à comissão.
Cosenza encaminhou um atestado médico justificando a ausência, mas a oposição desconfia da alegação de que ele teve uma crise de hipertensão.
O líder do PT afirmou que, se for o caso, será preciso questionar o médico. "Não acredito que alguém iria inventar uma história dessa", declarou.
Vicentinho garantiu não temer o depoimento do doleiro Alberto Youssef à CPMI na próxima semana. De acordo com o líder, o País terá "grandes surpresas quando a verdade vir à tona". "Vamos levar o Brasil a limpo", prometeu.
Sucessão
Vicentinho disse não acreditar em mudanças na opinião do eleitorado até domingo (26) e considera que a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, caminha para a consolidação da liderança nas pesquisas de intenção de voto.
"A tendência é cada vez mais a Dilma crescer e o Aécio diminuir", avaliou.
Perguntado sobre a presidência da Câmara na próxima legislatura, o líder admitiu que a agremiação reivindicará o posto, uma vez que ainda é a maior bancada da Casa, com 70 deputados.
O PMDB deve lançar a candidatura do líder da bancada, Eduardo Cunha (RJ). "Temos ótimos companheiros capazes de presidir a Câmara", concluiu.