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Base indica estratégia de desqualificar denúncia contra Temer

O presidente da comissão, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), disse que só iria anunciar o relator da denúncia às 18h

Temer: o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) questionou o uso da gravação da conversa entre Temer e Joesley Batista (Ueslei Marcelino/Reuters)

Temer: o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) questionou o uso da gravação da conversa entre Temer e Joesley Batista (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 4 de julho de 2017 às 17h34.

Última atualização em 4 de julho de 2017 às 17h46.

Brasília - Deputados governistas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) deram indicações, em manifestações na tarde desta terça-feira, que vão procurar desqualificar a acusação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer como forma de barrar a autorização, pela Câmara, para que o STF julgue a denúncia contra o peemedebista.

O presidente da comissão, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), disse que só iria anunciar o relator da denúncia às 18h e que iria tocar a pauta da CCJ do dia.

Contudo, o plenário do colegiado se transformou num debate antecipado dos argumentos e da votação do futuro parecer da CCJ. Foram pelo menos duas horas de debates sobre o assunto antes do início da pauta da comissão propriamente dita.

Indicado recentemente para a CCJ, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) questionou o uso da gravação da conversa entre Temer e Joesley Batista, um dos delatores da JBS.

Segundo Marun, o fato de a Procuradoria-Geral da República não ter requerido inicialmente uma perícia no áudio da conversa revela uma atuação parcial de Janot.

Para o deputado, ainda assim, Joesley Batista --"bandido", "delinquente" e que "deveria estar na cadeia"-- gravou o presidente por 40 minutos e não conseguiu nenhuma palavra comprometedora.

"Entendo que este áudio, mais do que prova acusatória, é prova da defesa porque nada existe que comprometa o presidente", disse ele, que é um dos vice-líderes do PMDB.

O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), um dos vice-líderes do governo na Câmara, disse que Joesley atuou sob orientação de um ex-procurador da República Marcelo Muller, que deixou a carreira para integrar um escritório de advocacia que atua para a JBS. Para Perondi, se houvesse consciência, o Ministério Público Federal nem faria essa denúncia.

"Se nós aceitarmos esta denúncia, é o limite da democracia", disse Perondi, em fala que levou o plenário da CCJ às gargalhadas. "Se nós aceitarmos isso, virá a ditadura dos togados", criticou.

Outro vice-líder do governo, Alceu Moreira (PMDB-MS), chamou a denúncia de "factóide" e disse que Janot não estaria agindo como procurador da República. Ele ainda disse que, se está ruim como está, pior ficará o país com o vazio por não haver quem possa comandar o Brasil no atual cenário político.

A oposição, por sua vez, afirmou que não cabe à comissão entrar no mérito da denúncia. Para o deputado Wadih Danmous (PT-RJ), além do áudio da gravação, há indícios veementes para que a Câmara autorize o prosseguimento da acusação.

"Nós não podemos nos perder aqui em meandros que não nos cabe, mas sim ao Supremo", destacou o petista.

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